A riqueza de Maria


Publicado em 15 de janeiro de 2016

Aquela mãe era muito especial. Com dez filhos, ela conseguiu dar-lhes o seu melhor sempre.

De tal maneira que não reclamavam daquilo que faltava ainda que vivendo com muito pouco, em meio a dificuldades.

Maria, a caçula, tinha oito anos, tinha nove irmãos e irmãs para brincar, livros para ler, uma boneca feita de retalhos e roupas limpas feitas em casa.

À noite, sua mãe lavava e trançava seu cabelo para que no dia seguinte ele estivesse arrumado para ir à escola.

A menina era feliz, amava ir à escola, adorava o cheiro de lápis novo e do papel que a professora distribuía para os trabalhos.

Até o dia em que, subindo os degraus da escola, encontrou duas meninas mais velhas. Uma segredou para a outra rindo:

– Olha, essa é a menina pobre!

Maria ficou transtornada e no caminho para casa ficou imaginando porque as meninas a consideravam pobre.

Então olhou para seu vestido e, pela primeira vez, notou que era desbotado, olhou para os sapatos que haviam sido do seu irmão e os achou feios.

Quando chegou em casa estava com pena dela mesma, olhou para as paredes da casa, para o tapete da cozinha, para a porta, para os móveis e tudo lhe pareceu feio.

Então, perguntou a sua mãe:

– Nós somos pobres?

E a mulher parando de descascar batatas, amorosamente respondeu:

– Quero que preste atenção nos seus irmãos e irmãs brincando ali na sala, perto da lareira. Está frio lá fora, e eles estão cheios de saúde se divertindo no quentinho.

Olhe para esse prato aqui de biscoito, eu fiz agorinha, estão deliciosos. Você já percebeu seu quintal? Quantas aventuras você já viveu debaixo daquelas árvores?

Seu pai está trabalhando, mas daqui a pouco ele chega, chega morrendo de saudade de vocês e vai beijar e abençoar cada um, e então, vamos sentar à mesa para jantar.

Sabe filha, aqui nessa casa nós nos amamos muito e temos tudo que precisamos para viver com uma alegria que não vende no mercado.

Se isso é ser pobre, acho que sim, nós somos pobres.

Nesse momento, emocionada, Maria abraçou sua mãe bem apertado e sentiu-se tão amada…foi para seu quarto e agradeceu a Deus por ser tão rica.

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