Abaixo a baixa estima


Publicado em 11 de abril de 2014

Ai meu Deus, lá vêm eles de novo! Lá vêm eles de novo! Leitores (as) Nelson Rodrigues, consagrado jornalista e escritor brasileiro era contundente: o Brasileiro sofre do “complexo de vira-lata”. Nelson se referia ao trauma sofrido pelos brasileiros em 1950, quando a Seleção Brasileira foi derrotada pela Seleção Uruguaia de Futebol na final da Copa do Mundo em pleno Maracanã.

O Brasil só teria se recuperado do choque (ao menos no campo futebolístico) em 1958, quando ganhou a Copa do Mundo pela primeira vez. Para Rodrigues, o fenômeno não se limitava somente ao campo futebolístico. Segundo ele, “por ‘complexo de vira-lata’ entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo”.

Ainda segundo Nelson Rodrigues, “o brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem. Eis a verdade: não encontramos pretextos pessoais ou históricos para a autoestima”.

Santa mamãezinha! Já se passaram mais de cinquenta anos e ainda hoje, debaixo desse sol escaldante, ouço, vejo e respiro os uivos dos quadrúpedes sardentos pessimistas. E logo eu que me achava um pessimista de primeiro grau. Tem muita gente pior, mas bem pior por aí. E ladram tantas asneiras que chegam a me dar sarnas. Não que aqui vivemos as mil maravilhas, longe disso. Continuamos tentando consertar muita coisa que não funciona. Problemas não faltam. Mas onde não os tem? O que me deixa pasmo, é que esses urubus de plantão não perdem um minuto para dizer algumas verdades sobre os quinhentos anos de exploração que esse país sofreu. Pra eles colônia é apenas um perfume! Explorados, furtados, roubados, larapiados, rapinados e surrupiados pelos óhh, heróis do exterior, os fantásticos europeus.

Agora, urticária mesmo me dá quando os chorões vêm das classes mais altas desse país. Mamam nas tetas da pátria mãe varonil, concentram a renda em 10% de toda a nação, desfilam nos melhores carros, moram em casas sofisticadas, fazem de conta que há igualdade de oportunidades e ainda têm a cara de pau de cuspir no prato que comem. Mas o povão, os verdadeiros brasileiros continuam na labuta, firmes e fortes. São os “João”, as “Marias”, anônimos que trabalham por essa nação e ainda tem esperança nos seus. Denegrir meu país? Jamais.

Muitos “rosnantes” dizem que o jeito é ir morar lá fora, que lá é que é bom. Tudo funciona. Vamos pra Finlândia, Suíça, ou para sonhada América. Demorou, vamos aproveitar o lançamento do Filme “Noé” e fazer uma grande barca para levar voluntariamente esses não Brasileiros para o “paraíso” exterior. Prefiro ficar na minha terra, tentando até o fim arrumar o nosso quintal. Sou do Brasil de Airton Senna, Milton Santos (geógrafo), Zico, Oswaldo Cruz, Marcelo Gleiser, Machado de Assis,e de toda uma gente desconhecida e batalhadora. Desses tenho orgulho, são a minha raiz!

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