Bolo de Fubá


Publicado em 6 de maio de 2016

Maria cresceu comendo o delicioso bolo de fubá de sua mãe. Não passava um final de semana sem ele e sem os elogios de todos. Quando ela estava prestes a se casar, sua mãe então lhe disse:

_Filha, essa é a receita do bolo de fubá que você tanto ama. Você deve segui-la para o bolo dar certo. Todos vão gostar, irão te pedir a receita e querer sempre participar dele com você. Nunca deixe de aprontar a mesa para sua família e para todos que vierem à sua casa. É assim que as amizades se fortalecem e as bênçãos de Deus se multiplicam – disse a sempre acolhedora mãe, que recebia todas as visitas com café e bolo.

O tempo passou, a mãe de Maria faleceu e ela não teve mais coragem de fazer o bolo de fubá de sua mãe. A receita ficou guardada. Nessa hora, alguns amigos sempre aparecem para dar uma força, não é? Pois então, muitas amigas de Maria apareceram com outras receitas de bolo de fubá e diziam pra ela esquecer o passado, fazer novas receitas de bolo de fubá e só palpitavam:

_É assim, você precisa colocar bastante erva-doce – dizia uma.

_Olha, essa é a receita perfeita: bastante coco ralado e pouco leite – dizia outra.

_Nem pense em colocar coco ralado, o segredo está no fubá, tem que ter muito fubá e você precisa cozinhar o fubá com água, primeiro!

Maria, na indecisão e sentindo- se perdida, ficava rodando igual pião, de mão em mão igual peteca, fazia as receitas das amigas, mas na hora de comer, aquilo embolava em seu estômago, doía em sua alma, e pior, nenhum tinha o mesmo sabor, a mesma doçura do bolo de fubá de sua mãe, aquele que ela lhe ensinara a fazer, aquele bolo que trazia paz ao coração da filha e que outrora unira famílias e amigos ao redor da enorme mesa da cozinha.

Depois de dar ouvidos a tantas opiniões, Maria percebeu que para ela, não tinha outro bolo como o da sua mãe e que era aquele que ela tinha que fazer. Com o coração ardendo, abriu a gaveta de receitas e lá no fundo, pegou o papel dobrado, amarelado e abrindo-o reconheceu a letra redonda e caprichada de sua mãe na receita do bolo de fubá. O coração doeu um pouco, mas ela pegou os ingredientes e preparou o bolo. Sozinha, cortou a primeira fatia quentinha, e conforme comia, sentia seu coração se aquecer também. “Aqui é meu lugar” – pensou ela – “Nunca mais vou abandonar o que de bom aprendi, o que me traz paz, enche meu coração de saudade, mas traz de volta memórias felizes. Estou finalmente em casa” – e foi logo tratando de chamar os filhos para comer o bolo, chamou também os amigos e a casa se encheu, como no tempo de sua mãe…

Mãe é como o amor de Deus: insubstituível. Que todas as mães saibam a importância de criar seus filhos na presença do Senhor e que os filhos saibam respeitá-las, aprender com seus gestos, conservar seus ensinamentos, valorizar esse grande amor, e através desse laço de benção, sejam bênçãos para próprios seus filhos também! Parabéns a todas as mães!

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