Cuidado com a árvore


Publicado em 3 de julho de 2015

No começo do ano 2000, a diretora da escola Cesarino Borba, Dona Flor, recebeu o aluno Rafael Magrim em sua sala. Ele era muito jovem, mas já tocava violão e piano muito bem. Estava a fim de montar um projeto cultural para comemorar os 500 anos do Brasil: a ideia era reunir alunos que soubessem algum instrumento e apresentar música popular brasileira no intervalo das aulas.

A diretora autorizou o projeto e ele saiu de classe em classe reunindo os interessados, entre eles Ricardo De Gaspari, Fernando Mendes, Adriano Rosalino e Ulysses Saviani. A apresentação agradou bastante e movimentou a escola.

Paralelo a isso, Rafael e eu tocávamos juntos desde 99. A gente tinha 14 anos, se juntava no estúdio que emprestava da banda Contra-Mão e ficava a tarde tentando acertar o ritmo de algumas músicas. Passada a apresentação na escola, esse pessoal citado decidiu montar uma banda de rock. Mas não havia entre eles quem soubesse bateria, e foi então que entrei para a turma.

Foi assim que nasceu a Vitrine Demodé, que na época ficou bem conhecida na cidade. Dessa banda, nasceram outras: a PUB, formada por Ulysses, Rodolfo Saviani e Danilo Zacarias, e a Nuvem Aquática, formada por Ricardo, Júlio Quinalha e eu. Eram só bandas de garagem, a gente só queria ligar uma tomada na parede e se divertir. Mas a brincadeira influenciou outras pessoas. Houve uma época em que era comum ter banda de rock por aqui. Eram muitas! Havia até uma anedota entre a gente, a de que era preciso cuidado ao se esbarrar numa árvore: uma banda poderia cair de cima.

Tenho orgulho em fazer parte dessa geração e de ter visto nascer de perto dois grandes músicos de Iracemápolis (para mim os melhores): Rafael e Ricardo.

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