Mariana, França e o homem


Publicado em 27 de novembro de 2015

Num bate-papo descontraído um amigo meu indicou um livro para leitura. O livro trata-se de uma ficção científica e chama-se ‘O fim da infância’. O autor é o britânico Arthur C. Clarke, que escreveu e foi ‘co-roteirista’ do filme ‘2001 – Uma Odisseia no Espaço’ de Stanley Kubrik.

Acontece que o livro em questão foi publicado em 1953, a sessenta e um anos atrás, e veio a calhar devido os últimos acontecimentos em Minas Gerais e na França.

‘O fim da infância’ relata a invasão da terra por alienígenas. O planeta passa a ser governado pelos misteriosos Senhores Supremos, que conduzem a humanidade a um período de paz e prosperidade.

A história imaginada pelo autor nos leva a uma reflexão sobre a condição humana, e no como ainda insistimos em sermos avançados e extremamente atrasados ao mesmo tempo.

Um bilhão de dinheiro talvez pague aos olhos de promotores e advogados e governadores os estragos que o ‘mar de lama’ causou em quilômetros de meio ambiente, assassinando um Rio antes abundante em fauna e flora e ainda servindo de manancial de água para cidades inteiras. Mas nenhum dinheiro vai pagar as vidas tomadas pelo rastro da sujeira de ‘Magnatas’ que antes de pensar nas consequências pensam nos enormes lucros de suas empresas. Saiba: Lucro de um mês da Samarco (empresa responsável pela barragem que se rompeu), paga multa milionária por tragédia. Controlada pela Vale e por uma empresa multinacional, a Samarco registrou lucro de R$ 7,6 bilhões em 2014. Valor 21 vezes maior que a penalidade.

Na França o terrorismo voltou a assustar o mundo. Em nome de Deus, Alá, Jesus, os homens continuam se explodindo e se matando a céu aberto. As desigualdades sociais que podem estar no nosso quarteirão, no nosso bairro, entre países, vai justificando a carnificina que nunca parou e imagino que só vai parar mesmo quando algum alienígena intervir, como no livro supracitado. É a ganância, a fome pelo poder. De Mariana a França, da Síria aos E.U.A, de Iracemápolis aos confins do mundo, o homem continua correndo, produzindo e se enganando. E ninguém ouviu falar do massacre do Boko Haram na Nigéria, afinal, quanto vale uma vida humana?

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