O fim das expectativas


Publicado em 6 de outubro de 2017

Essa semana eu fui ao supermercado e me deparei com muitos panetones, de diversas marcas e sabores. Estamos no início de outubro, e embora todo mundo esteja dizendo que o tempo está passando muito rápido, eu fiquei meio desgostosa de ver os panetones.

Não sei se estou confusa, mas antigamente os panetones apareciam nos supermercados só em novembro. Era aquela expectativa para o Natal…a gente esperava uma vida pra ver as decorações natalinas começarem a surgir e não via a hora de chegar a manhã de Natal para comer panetone.

Hoje a gente pode comer panetone todo dia se quiser. Acabou a expectativa…

Hoje, parece não existir mais a ansiedade para celebrar, tudo ficou comum. É o dia a dia do cidadão brasileiro: sem expectativa. Não precisa esperar o Natal pra comer panetone, como também não precisa assistir o jornal pra saber das notícias. A gente já sabe que é só corrupção, impunidade e desigualdade.

Também não há aquela ansiedade pra saber o que vamos ganhar no Natal: sem expectativas para presentes, grana curta, a gente só paga impostos e comida… E já que a gente só trabalha para comer, pelo menos existe a expectativa para a ceia de Natal, mas não nos empolguemos, não vai ter peru, vamos jantar frango mesmo. E na dúvida, melhor frango caipira, não dá pra correr o risco de comer o frango daquele frigorífico famoso, cujo dono tinha expectativa de passar o Natal em Nova Iorque, mas por enquanto está no xilindró brasileiro mesmo…mas não criemos expectativas de que ele vai ficar lá, afinal, não precisamos assisitr o jornal para saber das notícias.

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