Off


Publicado em 4 de setembro de 2015

Sabe quando você fica meio de “saco cheio”, cansado de ver tudo igual, exatamente como há vinte, trinta, duzentos anos. É como ler certos jornais e perceber que aquela notícia de hoje você já leu há muito tempo. Ou as novelas para descobrir quem matou o fulano (a), “vixe”, ainda tem isso? Sério? As conversas, os modismos, tudo parece se repetir. Seria a involução do pensamento ou o problema sou eu mesmo? Será que estou ficando velho e chato? Ou só velho, a chatice já veio na encomenda?

Tecnologias “super-hiper-mega modernosas” da comunicação como WhatsAp, Facebook, entre outras, que deveriam ser algo para utilizarmos de forma inteligente, nos dão exemplos de como ainda andamos com clava nas mãos em direção as cavernas. As pessoas “dão ouvidos” a boatos tão fora da realidade que penso estar vivendo num mundo paralelo. A futilidade diária traz o medo e o medo leva a inocência de levar a sério avisos de ataques criminosos, invasões alienígenas, chuva de meteoros, a volta de dinossauros. Tudo bem que a violência anda entre nós como se fosse convidada do baile. Mas onde anda o questionamento, o bom-senso? Quem não anda por nós há um bocado de tempo é um senhor chamado discernimento. Se alguém postar hoje nas redes sociais que haverá na semana que vem um dilúvio, com certeza a venda de botes vai ganhar proporções inimagináveis.

E o circo da vida alheia? A coisa mais linda do mundo é ver uma cidade em azáfama por uma causa extremamente importante para o bem do coletivo, o circo do DNA do programa do Ratinho. O formato do quadro já é por si só ridículo e de péssimo gosto. Palhaços, anões, seguranças e legenda maravilhosa: hoje tem DNA e a cobra vai fumar.

Problemas que a princípio deveriam ser tratados com um mínimo de respeito e em particular pelos envolvidos vira uma atração, um show para os seres inumanos que se deliciam com a desgraça alheia. Pessoas de bem. De bem? Pessoas tratadas como mico de circo. E o grande pai, o tutor, o “inteligentérrimo” e respeitado Ratinho, comanda a baderna para lógico, garantir seu salário (muito além dos pobres mortais), a troco de gente humilde. E a classe que tanto reclama de tudo nesse país endossando o furdunço. Tudo isso me causa náuseas, é horrível e insosso. Falta chuva de livros e educação.

Vou me refugiar no “sítinho”, abraçar minha solidão. Desligar-me. Off.

Pena que já já tenho que estar de volta para a próxima atração.

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