PF e pão na chapa


Publicado em 20 de setembro de 2014

Eu só fui conhecer o PF quando comecei a trabalhar em uma escola de inglês em Limeira. Isso já faz uns 16 anos. Eu passava o dia todo na escola e na hora do almoço as outras professoras me chamavam para comer um PF.

Quando vi o PF (prato feito) na minha frente, até que gostei. Comida boa, com preço acessível a todo trabalhador. O pão na chapa também me foi apresentado nessa época. Que gostoso comer um pão com manteiga na chapa com um cafezinho quentinho. Não foram poucas as vezes que eu saí de casa mais cedo apenas para passar na padaria e comer um pãozinho na chapa. Hoje eu como no café da Du e recomendo!

Prato feito, pão na chapa, cafezinho no balcão…, é muito bom tudo isso, não custa caro e dá alegria ao trabalhador, por isso eu acho muito meigo, meiguíssimo, aliás, assistir na TV muitos candidatos comendo um PF ou um pão na chapa no meio do povo. É lindo de se ver, não é? Gente que sabe o que o povo vive, está ali vivendo o dia a dia da plebe!!!

Ironias à parte, eu gostaria de sugerir aos estimados em questão, passar mais tempo sendo povo. Seria muito legal se eles passassem um dia sendo nós: nós professores na sala de aula, nós policiais nas ruas, nós doentes esperando um atendimento no hospital do SUS de preferência num dia que eles estivessem bem doentes ou com um familiar doente, nós trabalhadores pegando o transporte público, nós no supermercado tentando fazer milagre com o salário mínimo, nós empresários, trabalhadores, comerciantes, pagando nossos impostos, as taxas absurdas que nos são cobradas, nós nas filas dos bancos, nós sendo vitimados pela violência, sofrendo com leis obsoletas que eles não querem mudar…

Comer PF é fácil, é até gostoso, tomar cafezinho no balcão com pão na chapa então, é maravilhoso. Nós trabalhadores gostamos de fazer isso quando podemos, é o momento que nos esquecemos das mazelas impostas pela nobreza que só desce à plebe quando precisa, nesse caso, os preciosos votos que lhes garantirão mais quatro anos assistindo a tudo de longe. Eu gostaria mesmo de vê-los na nossa pele, um dia todo, picando cartão, pegando ônibus, agonizando nos prontos socorros, ganhando salário mínimo e tendo que decidir se compra remédio ou comida. Eu acho até que isso deveria ser lei: quer ser candidato a alguma coisa? Vai passar um dia, no mínimo, fazendo o que o povo faz, fazendo os mais diversos trabalhos, profissões e usando os serviços que vocês nos oferecem, e isso nos três âmbitos: federal, estadual e também municipal. Seria a faculdade do político.

As eleições estão chegando e eu peço aos queridos leitores que façam uma varredura na vida política de seu candidato favorito. Pesquise o que ele já fez pelo cidadão, se ele é ficha limpa, se ele colaborou com o desenvolvimento, se tem bons projetos. Esqueçam a lábia, olhem a conduta e as realizações. Não se iludam com aquele que come um PF com você, que te dá um aperto de mão e promete coisas que não incluem o bem comum. É nossa obrigação votar e somos livres para escolher.

Lembrem-se: comer PF, tomar café, ser gentil, fazer promessas, é muito fácil…, difícil é ser nós, trezentos e sessenta e cinco dias por ano, a vida toda.

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