Política tem muito a aprender com o futebol


Publicado em 9 de outubro de 2020
João Cleber Prof. de Educação Física, Especialista em Biomecânica do Movimento Coach de Crossfit, Empresário e Proprietário da Tribos Academia

João Cleber
Prof. de Educação Física, Especialista em Biomecânica do Movimento Coach de Crossfit, Empresário e Proprietário da Tribos Academia

Duas paixões Futebol e Política. Da mesma forma que o torcedor ama o seu time de futebol favorito, também o militante defende, incondicionalmente, seu partido político escolhido. Em ambos os casos vemos paixões que movem multidões, que lotam estádios e avenidas, tanto para assistir a um jogo, como para acompanhar um ato político ou alguma manifestação pública.

Constata-se, infelizmente, que estas duas paixões estão cada vez mais radicais, o fanatismo leva ao fim amizades de anos e até mesmo dividem famílias…
Porém no futebol muitas vezes os menos fanáticos até mesmo se reúnem para assistir juntos a um Corinthians x Palmeiras e fazer um churrasquinho e no final alguém até pode ficar chateado com o resultado, porém vida que segue até o próximo clássico no qual o resultado pode ser outro, agora na política os clássicos se dão somente de 4 em 4 anos e os resultados podem afetar a vida de todos.

Uma luz de aprendizado pode ser notada no comportamento dos torcedores de futebol, pois sua paixão não é cega, podendo ser até incondicional, mas sempre muito crítica. Por óbvio que aqui não tratamos dos torcedores que se utilizam da violência para seu protesto.

Observa-se que, quando um time de futebol não está em boa fase, nota-se uma reação imediata vinda das arquibancadas, como forma de cobrança dos próprios torcedores. Mesmo aqueles torcedores mais apaixonados pelos seus times de futebol, utilizam seu amor como justificativa para reclamar dos jogadores e dirigentes, cobrando-os melhor desempenho.

Quanto mais fanático o torcedor, maior a cobrança por bons resultados de seus clubes, sendo que isto produz um efeito que é a grande rotatividade de técnicos e jogadores nos clubes, vale dizer, caso o jogador ou técnico não esteja realizando um bom trabalho, será rapidamente cortado e substituído.

Isto é uma grande lição, que deveria servir de exemplo para os filiados e militantes de um partido, todavia, infelizmente, não é o que se verifica na política.

Nota-se que, muitas vezes, a paixão política está acima de tudo, e mesmo que o partido não esteja realizando um bom trabalho, ou até nos casos em que os políticos do partido estejam envolvidos em escândalos, a devida cobrança não é realizada.

A reação verificada são os ataques à oposição, sempre em defesa de suas escolhas políticas, justificando os defeitos e erros cometidos. Os políticos e filiados, em vez de fazerem um mea culpa, sempre justificam seus insucessos, atribuindo a responsabilidade a terceiros, geralmente adversários e opositores.

Tais apontamentos prestam-se a uma reflexão, pois, a política pode aprender com o futebol, que reconhece seus erros e sofre a cobrança internamente, não elegendo culpados de fora, fato ainda não verificado com frequência na política. Os apaixonados por política defendem cegamente seus partidos e respectivos líderes, e, em vez de cobrarem mudanças internas, cobram uma mudança na conduta da oposição, aliás, muitas vezes justificam a fortuita má conduta de seus representantes pela eventual perseguição feita pelos outros partidos.

Portanto, nota-se a necessária e urgente reformulação, na busca por novos tempos e novos costumes na política, aprendendo com os bons exemplos do próprio futebol, sempre com o objetivo de evoluir e ocasionar uma grande renovação no cenário político brasileiro.

Que nossas escolhas nessas eleições possam ser feitas por projetos e não fanatismos e que aos vencedores das eleições seja dada a devida oportunidade de governar e em caso de erros e não cumprimento das promessas de campanha, que a cobrança seja tanto dos apoiadores quanto da oposição.

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