Retrospectiva

Quando vai chegando o final do ano, a gente já sabe que daqui a alguns dias os canais de TV vão transmitir as retrospectivas, tudo o que aconteceu no ano no Brasil e no mundo, o que foi bom, o que foi ruim, e embora as TVs abertas não transmitam, a TV fechada dentro de cada um de nós já começa também a transmitir em nossa mente e em nosso coração a nossa retrospectiva.

De novo, e muitas vezes em silêncio para ninguém ouvir, fazemos um passeio pelo ano que vivemos, o que deu certo, o que não deu, alegrias, tristezas, perdas, vitórias e derrotas.

Enquanto o Brasil assiste um ano que foi marcado por eleições, copa do mundo e corrupção, nós assistimos nossa própria vida, e como todo ano, descobrimos que no final, somos nós mesmos.

Nós e nossa família, nós e nossos amigos, nós e nossa solidão, angustia, também alegria, vitória, enfim, nós e nosso dia a dia e isso avaliamos. Refletimos o ano que encerrou e planejamos o próximo que bate às portas.

Outro dia uma pessoa falou que muitas vezes vivemos tão fincados em velhas práticas que não paramos para refletir sobre o que estamos fazendo, não conseguimos abrir espaço para o novo, mudar de rumo. A retrospectiva faz-nos querer mudar de rumo, acertar o que fizemos errado e tentar novamente. Quando eu leio o que o apóstolo Paulo fala em Romanos 7:19 que o bem que ele queria fazer ele não conseguia, vejo que é igual a nós muitas vezes, que queremos fazer o bem, quando não verdade, acabamos fazendo o mal. A nossa retrospectiva não é tão glamorosa quanto a da TV.

O bom nisso tudo é que somos todos iguais. Todo mundo faz retrospectiva, todo mundo reflete sobre o que pode melhorar e assim seguimos nosso rumo. E no final, é sempre nós conosco mesmo, com nossa família, com amigos que conquistamos durante o ano, com as pessoas que fazem parte de nossa vida, e aí se incluem muita gente: quem trabalha conosco, quem vive conosco, quem nos admira, e até mesmo quem não gosta da gente e de quem nós infelizmente, não gostamos. Ser humano tem isso, de não gostar, de falar mal, de criticar, todo mundo faz isso, todo mundo é igual. E é aí que a retrospectiva emperra, é onde a gente reflete que ficamos presos em velhas práticas, ficamos presos no não gostar, no falar mal, no criticar e não abrimos espaço para crescer. Pena pra nós!

Quero agradecer o carinho que recebi esse ano de todos meus leitores que me param na rua, na padaria e pela cidade afora para conversar sobre minhas histórias e me enchem de alegria, e desejar a todos um ótimo Natal e um Ano Novo cheio de paz e saúde. Que a nossa retrospectiva seja profunda e nos faça sair das velhas práticas e abrir as portas para o novo. Então, vamos comprar panetone pra todo mundo, a gente merece…

Feliz 2015!