Tábuas impediam passagem de água da Boa Vista até a ETA

Na terça-feira, Prefeitura encontrou falha em obra para captar água da Boa Vista


Publicado em 10 de outubro de 2014
Sucesso dos testes para água da Boa Vista vão definir se cidade passa por racionamento (Foto: Tainá Lopes/Gazeta de Iracemápolis)

Sucesso dos testes para água da Boa Vista vão definir se cidade passa por racionamento (Foto: Tainá Lopes/Gazeta de Iracemápolis)

Uma surpresa desagradável foi encontrada nesta semana durante a obra que prevê a extensão da tubulação que pretende levar a água da represa Boa Vista até a ETA. Duas tábuas que impediam a passagem da água foram encontradas na tubulação que fica na rua Capitão Paulo Simões, bem atrás da igreja Matriz.

A localização dos dois pedaços de madeira encontrados embaixo do asfalto surpreendeu até mesmo a equipe que realizava o trabalho. “É inacreditável. Se alguém me contasse que colocaram tábuas no lugar da válvula ventosa e depois cobriram com asfalto eu jamais iria acreditar”, afirmou o prefeito Valmir Gonçalves de Almeida.

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O prefeito está acompanhando o passo a passo da obra e ressalta que quando se faz qualquer trabalho que envolve a parte hidráulica é preciso fazer testes antes de finalizá-lo. “Não acredito que tenham testado porque senão essas madeiras jamais estariam aqui. Foi uma sucessão de erros”, apontou.

O prefeito explicou que só foi possível detectar o problema porque uma empresa especializada realizou uma espécie de “raio x” que detectou o ponto onde estava ocorrendo a obstrução. “Agora estamos otimistas e acreditamos que vamos resolver o problema. Caso essa alternativa não dê certo, na próxima semana vou decretar o racionamento na cidade”, afirmou Valmir.

A obra está sendo realizada como tentativa de evitar que a população de Iracemápolis enfrente racionamento. Paralelo a este trabalho está ocorrendo a ampliação da ETA que deve ser finalizada até janeiro do próximo ano. “Estamos vivendo um momento crítico em todo o estado de São Paulo, por isso, mesmo sem enfrentar racionamento eu precisamos economizar para impulsionar uma consciência ambiental coletiva”, destacou Valmir.

Sobre a “surpresa” encontrada na tubulação, Valmir não aponta culpados, mas, afirma ser uma irresponsabilidade. “Minha prioridade é resolver este problema. Depois sim vamos estudar as medidas cabíveis para encontrar e punir os responsáveis”, afirmou.

ENTENDA O CASO

A ampliação da ETA era para ter sido entregue em 2011. Um convênio feito com o governo do Estado liberou o valor de R$ 2,1 milhões para a conclusão dos trabalhos. No entanto, cerca de 90% da verba foi gasta e apenas a tubulação parecia ter sido concluída.

Para concluir a ampliação da ETA, a prefeitura solicitou empréstimo bancário. Seriam gastos R$ 1,2 milhão, mas, os imprevistos que ocorreram essa semana pode gerar um custo extra de R$ 300, totalizando o investimento de R$ 1,5 milhão.

O prefeito chegou a solicitar a verba para o governo do Estado que se recusou a liberar o dinheiro já que o valor do convênio que daria para finalizar a obra já tinha sido entregue.

A previsão é que a ampliação seja finalizada até janeiro de 2015.

Ex-prefeito diz que obras podem ter falhas mesmo com acompanhamento

Por meio de nota, o ex-prefeito de Iracemápolis, Fábio Zuza (PSDB), comentou o caso com a imprensa. De acordo com Zuza, qualquer obra, está sujeita a eventuais defeitos de execução. O ex-prefeito explicou que, apesar do acompanhamento técnico e fiscalização do poder público municipal, fica impossível detectar todos os detalhes, principalmente em uma obra como a adutora da represa Boa Vista até a ETA, que fica no centro da cidade, com extensão de aproximadamente 5 quilômetros, com instalação de diversos equipamentos, conexões, válvulas, que podem apresentar defeitos na operação, ou falta de finalização de serviço como o caso tratado.

“Para isto é que a atual administração procedeu aos devidos testes e constatou a falha noticiada. O poder público não está fazendo mais do que a obrigação, assim como a empresa contratada tem o dever de solucionar o caso, sem nenhum custo aos cofres públicos”, disse.

Zuza disse acreditar que, foi acionada pela atual administração, a empresa que executou o serviço, através dos meios jurídicos adequados, em atendimento ao respectivo contrato celebrado com o município, onde consta a garantia de cinco anos, nos termos do Código Civil Brasileiro.

Segundo ele, outros serviços e equipamentos instalados no passado e no presente podem apresentar defeitos em uma obra complexa como esta, cabendo à prefeitura tomar as providências necessárias, sempre pautando-se pelo princípio da legalidade e eficiência.

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