2 de abril: Dia de Conscientização do Transtorno do Espectro do Autista
Publicado em 3 de abril de 2020
É comemorado em 2 de abril o Dia Mundial de Conscientização do Transtorno do Espectro do Autista (TEA).
A coordenadora da Aril de Iracemápolis, Giovana Tavares da Silva, relata que a associação vem desenvolvendo um trabalho de estimulação, prevenção e conscientização sobre o tema. Na organização, há vários programas onde os autistas são inseridos, e o trabalho conta com o auxílio de uma equipe multidisciplinar, composta por assistente social, estimuladores pedagógicos, fonoaudióloga, terapeuta ocupacional, psicóloga, nutricionista, professora de educação física, auxiliar de monitor e transporte, neuropediatra e coordenadora pedagógica.
A coordenadora pedagógica do programa TEA, Ketilli Faber, informa que o TEA é um transtorno do neuro desenvolvimento caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social e pela presença de comportamentos e interesses repetitivos ou restritos.
Estima-se que 1% da população mundial tem autismo, que acomete 4,5 mais meninos do que meninas, apresentando uma incidência de 1:68 crianças nascidas, em dados do CDC (Centro de Controle de Doenças Americano).
“É de extrema importância que os sinais sejam identificados cedo”, diz Ketilli. Por se tratar de um transtorno pervasivo, o TEA não tem cura, mas a identificação, assim como a estimulação precoce, podem suavizar os sintomas.
Os sinais do TEA surgem já nos primeiros anos de vida, mas podem variar de uma criança para outra e nem todas apresentam os mesmos sinais e na mesma ordem. “Hoje já conseguimos notar os primeiros sinais em bebês, como por exemplo aquele bebê que não faz contato visual ao mamar, mas os sintomas são mais consistentes entre 12 e 24 meses”, diz Ketilli.
“Hoje no Brasil essas crianças são diagnosticadas, em média, aos 4 ou 5 anos, é um diagnóstico tardio, em vista que a intervenção precoce pode mudar o quadro de desenvolvimento cognitivo e adaptativo dessas crianças. Com o diagnóstico tardio, perdemos a fase que chamamos de janela de oportunidades, que vai até os 3 anos de idade. É nesta fase que colhemos resultados significativos dessas crianças, costumamos dizer que crianças nessa fase são como esponjinhas e quanto mais molharmos mais ela infla, mais ela ganha”, acrescenta.
Ela explica que, por isso, devemos ficar atentos aos primeiros sinais sugestivos no primeiro ano de vida:
– perder habilidades já adquiridas, como balbucio;
– baixo contato visual;
– não se voltar para sons, ruídos e vozes no ambiente;
– demonstrar maior interesse por objetos do que por pessoas;
– não seguir objetos e pessoas próximos em movimento;
– apresentar pouca ou nenhuma vocalização;
– não aceitar o toque;
– não responder ao nome;
– imitação pobre;
– baixa frequência de sorriso e reciprocidade social, bem como restrito engajamento social (pouca iniciativa e baixa disponibilidade de resposta)
– incômodo incomum com sons altos;
– irritabilidade no colo e pouca responsividade no momento da amamentação.
“Notando alguns desses sinais, você deve conversar com o pediatra do seu filho. Lembre-se que quanto mais cedo você começar a estimular seu filho, mais ganhos ele terá”, finaliza.