Iracemápolis inicia uso de drones com inteligência artificial no combate à dengue
Publicado em 16 de março de 2025

Iniciativa pioneira visa identificar focos do mosquito Aedes aegypti com agilidade e precisão
O município de Iracemápolis deu um passo tecnológico no combate à dengue. Nesta semana, a Secretaria Municipal de Saúde anunciou a implementação de drones equipados com inteligência artificial (IA) para mapear e identificar possíveis criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.
A iniciativa, apresentada pelo secretário municipal de Saúde, Ralf Silva, e pela diretora de Vigilância Sanitária e Epidemiológica, Vivian Graziela, integra a estratégia da gestão Nelita e Chicão, para reduzir os casos da doença, que tradicionalmente aumentam no período de chuvas e calor.
Os drones, operados por profissionais treinados, sobrevoam áreas urbanas captando imagens em alta resolução. A inteligência artificial é programada para reconhecer recipientes com água parada, como pneus, vasos e até pequenos objetos, que podem servir de focos para a proliferação do mosquito. “A tecnologia nos permite agir de forma preventiva, priorizando locais de risco antes que as larvas se desenvolvam. É uma resposta ágil e direcionada”, explicou Ralf Silva.
De acordo com Vivian Graziela, os dados coletados são processados em tempo real, gerando relatórios que orientam as equipes de campo. “Antes, dependíamos de denúncias e vistorias manuais, que demandavam dias. Agora, em poucas horas, temos um diagnóstico completo de regiões críticas”, afirmou. A diretora ressaltou ainda que a ferramenta reduz custos operacionais e otimiza o trabalho dos agentes de endemias, que passam a atuar com informações precisas.
A dengue é um desafio recorrente em Iracemápolis. Em 2024, o município registrou mais de 1000 casos confirmados, segundo dados oficiais. Com a nova tecnologia, a expectativa é reduzir em até 70% a incidência da doença nos próximos meses.
Integração com ações tradicionais
Apesar da inovação, as autoridades reforçam que a população deve manter os cuidados básicos, como evitar acúmulo de água em recipientes. Paralelamente aos drones, a prefeitura intensificou campanhas educativas e mutirões de limpeza. “A tecnologia é um apoio, mas a conscientização continua sendo a chave”, destacou Vivian.
A iniciativa posiciona Iracemápolis como referência regional no uso de IA para saúde pública. “Estamos mostrando que é possível aliar inovação e políticas preventivas para salvar vidas”, concluiu Ralf Silva.
A expectativa é que, até o final deste ano, todos os bairros do município tenham sido mapeados pelos drones. Enquanto isso, os moradores já veem a medida com esperança. “Se ajuda a acabar com a dengue, é um avanço e tanto”, disse Sueli Dario, aposentada do Jardim Lazaro Honório.