A felicidade para nossos filhos
Publicado em 14 de outubro de 2016
Passeio por um parque, e vejo crianças correrem por todos os lados.
Ouço os passarinhos cantarem e, ao fundo, o som de gargalhadas.
O som típico daquela alegria contagiante, que somente uma criança é capaz de sentir. Aquele tipo de alegria genuína, de quem sabe aproveitar intensamente cada minuto. De quem enxerga no pouco, o muito.
Observo um grupo de astrônomos que, com seus telescópios, despertam a curiosidade daquelas crianças.
A lua, que iluminava o céu daquela noite, mostrava sua beleza aos olhos atentos, e cheios de vida, daquele grupo de crianças.
Os olhos delas pareciam brilhar, a cada nova descoberta, a cada planeta desvendado através daquelas lentes
A satisfação era praticamente palpável.
Queriam mais.
O sorriso era fácil, leve, encantador.
Sinto a paz que aquela cena me transmite, e me pergunto:
Será mesmo que a nossa juventude está perdida?
Ou somos nós, pais, que nos perdemos daquilo que é essencial?
Ou somos nós, que desistimos da busca pela criação de memórias?
Vejo que, infelizmente, nos acomodamos.
Optamos por acreditar que a culpa, afinal, está na existência desses inúmeros aparelhos eletrônicos.
Acontece que, naquela noite, todas aquelas crianças, deixaram seus aparelhos de lado, para descobrirem o mundo.
E nenhuma delas aparentava sentir falta deles.
E então, porque nós deixamos de lado a oportunidade de mostrar as tantas facetas desse mundo para elas?
Preguiça? Descrença? Comodismo? Falta de tempo?
A verdade, é que nos encontramos prisioneiros dentro de nossas próprias vidas. Dos vícios que nos acorrentam, e que aceitamos como nossos, diariamente.
Somos incentivados a comprar a nossa felicidade e a de nossos filhos, como se fossem uma bugiganga qualquer, dessas que encontramos na loja da esquina.
E nos esquecemos que a felicidade pode ser algo muito mais simples.
Somos expostos a um turbilhão de informações, que percorrem nossos olhos, e agitam nossos corações, nos dando a terrível sensação de que não temos mais tempo para nada.
Vivemos em um mundo, onde o menos não é mais. Onde a quantidade, se sobressai à qualidade.
E nossos filhos acabam pagando por isso.
E pagam caro.