Abriu-se abril


Publicado em 3 de abril de 2015

Janeiro, fevereiro e março já se foram. Passamos pelo primeiro quarto do ano, e a sensação parece ser a mesma para todos: como passou rápido!

Trabalho, estudos e afazeres tornam a vida bem agitada. Um dia ainda tem 24 horas, mas a impressão é que os ponteiros têm girado mais depressa. Ou que o tempo está escorrendo, se esvaindo, como na famosa pintura de relógios retorcidos de Salvador Dalí. Tudo é parte do modelo atual de sociedade e é preciso adaptar-se a ele, mesmo não concordando em muitos casos.

O sociólogo Zygmunt Bauman, um dos mais lidos hoje em dia, escreveu sobre isso em um livro chamado “Amor Líquido”, onde analisa nossas relações dentro do que chama de “modernidade líquida”. Ele diz que vivemos tempos em que nada é sólido, feito para durar, tudo escorre por entre os dedos como água. Estamos cada vez mais em um mundo sem forma, raízes, fronteiras e, sobretudo, tempo. Tudo precisa ser dinâmico e instantâneo. Quanto mais rápido, melhor.

De minha parte, gosto das coisas ágeis. Costumo ser prático, fazer tudo de forma objetiva. Mas compreendo que o frenesi desse modo de vida gera uma série de contradições. As pessoas reclamam no trânsito quando um motoboy passa em alta velocidade (“Que loucura, custa ir mais devagar?”), e ao mesmo tempo se queixam se a pizza demora em chegar. Nesse contexto, vale a pena pensar se tudo está indo bem, se estamos no rumo certo ou se é preciso corrigir parte da rota e recriar nossos planos.

Encerramos com duas ideias: a primeira é que o ano nem bem começou e já se aproxima de sua metade. A segunda é que refletir é sempre muito bom, é um bem precioso.

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