Amigos fazem cinema em Iracemápolis

Curtas são filmados em vários pontos da cidade e estão disponíveis na internet


Publicado em 12 de junho de 2015
Cena de "O Canto" sendo gravada na Praça Jurandir Fabrício, no Jd. Iracema (Foto: Divulgação)

Cena de “O Canto” sendo gravada na Praça Jurandir Fabrício, no Jd. Iracema (Foto: Divulgação)

Guiado pela paixão pelo cinema, em meados de 2001, Giovane Friol adquiriu junto com seu irmão sua primeira câmera de vídeo: uma VHS de 5 Kg e tamanho nada ergonômico. Depois, juntou os amigos para, como hobby, formar uma equipe de cinema experimental.

No mesmo ano, nascia “Olhos da Alma”, o primeiro curta — que, logo de cara, foi selecionado para o festival da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O grupo ficou ativo por um tempo e filmou cerca de 15 trabalhos, de vários gêneros, dos divertidos “trash” aos mais sérios, como “A Voz do Passado”, sobre a história de Iracemápolis.

Agora, os integrantes Giovane Friol, Willians Rosales e Luciano Godoy resolveram retomar as atividades, usando um novo nome e conceito. Assim, criaram a “Sonharte Cinema”.

Confira essa história na entrevista a seguir.

Quem integra a Sonharte?
Giovane e Jaqueline Friol, Willians Rosales, Letícia Justiniano e Luciano Godoy, que dividem as funções da concepção dos filmes, passando por produção, direção artística e finalização.

Quantos curtas já fizeram?
Desde a volta foram quatro: a comédia “Guerra das Varas”, o drama “Além dos Limites” e os suspenses “Fronteiras Douradas” e “Lapso”. Todos estão no YouTube.

Quais os próximos passos?
Temos vários. Estamos trabalhando em um projeto chamado “O Canto”, que tem a liberdade humana como tema. Um homem comum, preso em sua rotina, se depara com o canto de um pássaro que o coloca em cheque a respeito de suas próprias atitudes.

Como surgem os roteiros?
Cada integrante cria suas próprias histórias. Juntos, em encontros semanais, lapidamos e formarmos o roteiro.

Quanto tempo leva para fazer um curta?
Depende muito do objetivo, da qualidade e do propósito, se está sendo feito para internet ou festivais. Nossa média é de dois meses até o resultado final, em vídeos para a web. Já no novo projeto, foram dois meses só de pré-produção.

E quanto a festivais?
A linguagem de festival é bem diferente. É aí que entra “O Canto”. Estamos trabalhando para que ele se encaixe em festivais. Vamos inscrevê-lo em todo festival que tiver.

Como escolhem os atores?
Nós mesmos atuamos. Amigos também participam. O único que fugiu disso foi “Além dos Limites”, que teve atores de teatro de Limeira. Em “O Canto”, quem atua é o Luciano Godoy, que participa de vários grupos cênicos.

Pensam em fazer um longa algum dia?
Sim, mas ainda há muitas etapas a percorrer. Infelizmente no Brasil as coisas não são fáceis e na área do cinema não é diferente. Para se realizar um longa demanda muito tempo e dinheiro.

De modo geral, qual a maior dificuldade do cinema no Brasil?
É difícil disputar com a indústria americana, que sufoca o cinema daqui. E o brasileiro, em sua maioria, não admira filmes nacionais. Mas, como o nosso próprio nome diz, temos o sonho de um dia ver nossos filmes em uma tela de cinema!

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