Assédio não é mimimi

Graziela Félix – Jornalista
Instagram: @grazifelix

Não. Assédio não é mimimi. Ele machuca, envergonha e oprime a mulher. E é justamente nessa época do ano que as denúncias de violência sexual aumentam de forma expressiva. Dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) apontam que esses casos aumentam 20% durante o Carnaval. Isso sem levar em conta que a maioria das vítimas não tem coragem de denunciar.

É preciso reforçar que a culpa do assédio nunca é da vítima. Não importa a roupa, o álcool, a forma como dança ou a música, nada disso justifica! Se a mulher disse não, ela deve ser respeitada.

A assédio não se trata unicamente do sexual e se você forçar a memória, certamente vai se lembrar que já foi vítima desse tipo de crime em algum momento da sua vida.

Você já recebeu um convite para sair, disse não e o cara ficou insistindo? É assédio!

O cara te mandou convites pelo whatsapp, você disse que não e ele continuou mandando mensagens? É assédio!

Depois que você disse não ele te mandou flores achando ser um “cavalheiro à moda antiga” e ficou bravo porque manteve o não? É assédio!

Você encontrou o cara na balada e ele te agarrou e te deu um beijo sem a sua permissão? É assédio!

E não me venha dizer que isso sempre foi comum e que esse mundo está cheio de mimimi. Sempre foi considerado comum porque vivemos numa sociedade machista em que alguns homens não respeitam a negativa da mulher.

De “comum” em “comum”, os casos saem do assédio e partem para agressões, podendo chegar à morte. Então, o momento de dar um basta é agora. Se você não tem coragem ainda, peça ajuda.

E se alguém te pedir ajuda, por favor, não julgue. A vítima já está se sentindo mal, tudo o que ela menos precisa é de alguém apontando o dedo sinalizando que a culpa é dela.

Neste Carnaval, esteja perto de amigas que possam te socorrer em situações como alguma dessas relatadas aqui. Há muitos homens que também ajudam. Cerque-se de pessoas de bem e curta sua folia!