BBB, relacionamento abusivo e mais uma mulher julgada


Publicado em 30 de abril de 2021
Graziela Félix - Jornalista Instagram: @grazifelix

Graziela Félix – Jornalista
Instagram: @grazifelix

Atire a primeira pedra quem nunca esteve em um relacionamento abusivo. Talvez você tenha atirado essa pedra lindamente achando ser uma mulher de sorte, mas pode ser que seja pura falta de conhecimento da sua parte. É minha amiga, muitas mulheres estão vivendo relações tóxicas sem ter a mínima noção disso.

O Big Brother Brasil, que termina na próxima semana, evidenciou um caso clássico de relacionamento tóxico em que a mulher não percebe o descaso e abuso psicológico do companheiro. Os protagonistas dessas cenas foram a atriz Carla Diaz e o instrutor de crossfit Arthur Piccoli.

Isso acontece porque, infelizmente, muitas pessoas acreditam que um relacionamento é considerado abusivo apenas quando existe agressão física, o que não é verdade. O abuso também acontece de forma psicológica, quando o companheiro vai minando a autoestima da mulher, proibindo de ter convívio social ou, quando acontece como no relacionamento da Carla e do Arthur, onde ela transborda carinho e atenção e ele simplesmente ignora.

É o típico caso em que o companheiro não quer, mas também não tem coragem de falar e ser honesto com os sentimentos dela. Então ele escolhe, de forma abusiva, o silêncio. E é diante desse silêncio que a parceira pode até colocar em xeque a própria sanidade mental. Será que ela está enxergando coisas? Será que ela está louca, como ele sempre diz? O que está fazendo de errado?

É muito difícil conseguir sair de uma relação abusiva. Muitas vezes, a mulher nem entende que se trata de um relacionamento tóxico e renunciar a algo que acredita que pode melhorar é impensável num primeiro momento, afinal, para ela as coisas vão mudar.

Diante de tantas incertezas, tudo o que a mulher não precisa é ser julgada. Carla foi chamada de “trouxa” e eliminada do BBB porque cobravam dela uma atitude mais firme. E enquanto o abusador Arthur continuava no jogo, Carla seguia massacrada do lado de fora tentando entender onde foi que errou.

Quando a ficha cai, vem a ressaca moral. E ela dói. O melhor a fazer então é não “beber dessa droga”. Um exercício que pode ajudar a dar clareza é colocar o relacionamento em uma gangorra. Ela está equilibrada ou você dá mais do que recebe? Pense nisso. E se descobrir que há um desiquilíbrio, procure ajuda. A vida é muita curta para se doar 100% para alguém que não te dá o valor que você merece.

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