Cadeirante procura polícia para relatar descaso

Jovem registrou boletim de ocorrência e pretende processar empresa de transporte


Publicado em 7 de fevereiro de 2014

Casal vai procurar pela justiça após casos relatados  (Foto: Gazeta de Iracemápolis)

Casal vai procurar pela justiça após casos relatados (Foto: Gazeta de Iracemápolis)

A cadeirante Jéssica Cardozo da Silva Gomes e seu esposo Júlio Cesar Gomes procuraram pela polícia para relatar casos que, segundo eles, configuram preconceito. Segundo ela, um motorista se recusou e encostar o ônibus na via para que ela pudesse embarcar e a deixou no ponto.

A jovem contou que o caso ocorreu na última quinta-feira, por volta das 19h. Ela saia do prédio de fisioterapia municipal e aguardava o ônibus, um pouco abaixo do ponto, próxima a um poste. “Fiquei ali devido ao sol”.

Segundo ela, quando o ônibus, que vinha de Limeira chegou, o motorista se recusou a descer um pouco o veículo para que ela pudesse embarcar. “Eu iria pegar o ônibus para ir ao Centro. O motorista disse que eu não estava no ponto e foi embora”.

Após isso, ela seguiu para a casa da mãe e seu cunhado a levou para a casa. Na sexta-feira, o casal foi à delegacia relatar o caso. “Acreditamos que ele agiu com preconceito. Se se tratasse de uma moça sem deficiência, ele teria feito isso? Bastava que ele descesse um pouco o carro para ela subir e isso sempre é feito”, disse o esposo.

O casal informou que também procurou pelo motorista na garagem para tirar satisfações. “Tentaram abafar o caso, mas não vamos deixar passar porque isso é preconceito e não pode ocorrer”, dizem. Agora, após a realização do boletim de ocorrência, o casal irá procurar pela justiça. “Isso é muito grave e não queremos que ocorra com outras pessoas. Vamos buscar os nossos direitos”, citou a jovem.

OUTRO CASO

Na última quarta-feira, outra situação deixou o casal indignado. Eles informaram que estavam no mesmo ponto, após deixar a fisioterapia, um ônibus passou pelo local. Segundo a jovem, o motorista desceu e informou que não poderia levar a moça pois tinha esquecido a chave do elevador para subir a cadeira de rodas. “Fui para a delegacia novamente e vou adicionar isso ao meu depoimento. Isso é muito sério e não pode ocorrer”, comentou.

Procurada pela reportagem, a empresa declarou que nunca houve intenção de preconceito contra a jovem e que irá avaliar o caso. A empresa disse ainda que irá se pronunciar no momento adequado.

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