Câncer bucal – A importância do diagnóstico precoce
Publicado em 15 de abril de 2016
Por Zuleica Meneghim
Responsável pela saúde bucal / Prefeitura de Iracemápolis
O câncer é uma doença que assusta a todos indistintamente. O medo é explicado pelos dados de institutos de pesquisa mostrando que milhares de pessoas irão adoecer a cada dia pelos diversos tipos de câncer e pelo fato de que, no passado, significava uma sentença de morte. Ainda não há um tratamento específico e eficaz apesar de todo o recurso investido em pesquisa. Dessa forma, enquanto não dispomos de um método eficaz para vencer essa guerra, a prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo as melhores escolhas.
O câncer de cavidade oral é considerado um problema de saúde pública em todo o mundo. A última estimativa mundial apontou que ocorreriam cerca de 300 mil casos novos, para o ano de 2012, por câncer de boca e lábio. Desses, cerca de 80% ocorreram em países em desenvolvimento. Estimam-se, para o Brasil, no ano de 2014, 11 mil casos novos de câncer da cavidade oral em homens e 4 mil em mulheres.
Os principais fatores de risco para o câncer da cavidade oral são: tabagismo (fumar), etilismo (ingestão de bebida alcoólica), infecções por HPV e exposição à radiação UVA solar (câncer de lábio). Contudo, entre tais fatores, destacam-se o tabagismo e o etilismo. Estudos mostram um risco muito maior de desenvolver câncer na cavidade oral em indivíduos tabagistas e etilistas do que na população em geral, mostrando, inclusive que, quando essas duas situações estão presentes, o risco é aumentado.
Devemos lembrar um aumento no risco de acordo com o tempo que a pessoa fuma, com o número de cigarros fumados por dia e com a frequência de ingestão de bebidas alcoólicas. As taxas de incidência para câncer de cavidade oral relacionado à infecção pelo HPV, como amígdala, base da língua e orofaringe, vêm aumentando entre a população de adultos jovens em ambos os sexos. Parte desse aumento pode ser em razão de mudanças no comportamento sexual.
Para reduzir a mortalidade, é necessário que haja diagnóstico precoce feito por meio do exame clínico dos tecidos da boca, realizado obrigatoriamente por um dentista capacitado, com o qual será possível identificar tanto lesões potencialmente malignas quanto o câncer em estágios iniciais, possibilitando um tratamento menos agressivo e o aumento da sobrevida. O autoexame é importante, mas não substitui o exame feito por um profissional da área.