Conselho de Pai
Publicado em 15 de agosto de 2014
“Havia um homem muito rico que possuía muitos bens, uma grande fazenda, muito gado e vários empregados a seu serviço.
Tinha ele um único filho, um único herdeiro, que, ao contrário do pai, não gostava de trabalho nem de compromissos. O que ele mais gostava era de festas, estar com seus amigos e de ser bajulado por eles.
Seu pai sempre o advertia que seus amigos só estariam ao seu lado enquanto ele tivesse o que lhes oferecer, depois o abandonariam. Os insistentes conselhos do pai retiniam-lhes nos ouvidos e ele logo se ausentava sem dar o mínimo de atenção.
Um dia, o velho pai, já avançado na idade, disse aos seus empregados para construírem um pequeno celeiro e, dentro do celeiro, ele mesmo fez uma forca e, junto a ela um placa com os dizeres: “Para você nunca mais desprezar as palavras de seu pai”.
Mais tarde, chamou o filho, levou-o até o celeiro e disse: “Meu filho, eu já estou velho e, quando eu partir, você tomará conta de tudo o que é meu, mas sei qual será o seu futuro. Você vai deixar a fazenda nas mãos dos empregados e irá gastar todo dinheiro com seus amigos, poderá vender os animais e os bens para sustentar-se e, quando não tiver mais dinheiro, seus amigos vão afastar-se de você. E, quando você não tiver mais nada, vai arrepender-se amargamente de não ter-me dado ouvidos. É por isso que eu construí esta forca: sim, ela é para você e quero que você me prometa que, se acontecer o que eu disse, você se enforcará nela”.
O jovem riu, achou absurdo, mas para não contrariar o pai, prometeu e pensou que jamais isso poderia ocorrer.
O tempo passou, o pai morreu e seu filho tomou conta de tudo, mas assim com se havia previsto, o jovem gastou tudo, vendeu os bens, perdeu os amigos e a própria dignidade. Desesperado e aflito, começou a refletir sobre a sua vida e viu que havia sido um tolo. Lembrou-se do pai e começou a chorar e dizer: “Ah, meu pai, se eu tivesse ouvido os seus conselhos! Mas agora é tarde, é tarde demais”.
Pesaroso, o jovem levantou os olhos e avistou o pequeno celeiro, era a única coisa que lhe restava. A passos lentos, dirigiu-se até lá e viu a forca e a placa empoeirada, e disse: “Eu nunca segui as palavras do meu pai, não pude alegrá-lo quando estava vivo, mas, pelo menos desta vez, vou fazer a vontade dele, vou cumprir minha promessa, não resta mais nada”.
Subiu os degraus e colocou a corda no pescoço e disse: “Ah se eu tivesse uma nova chance..”. Então pulou, sentiu por um instante a corda apertar sua garganta , mas o braço da forca era oco e quebrou-se facilmente, o rapaz caiu no chão, e sobre ele caíram diamantes; a forca estava cheia de pedras preciosas e um bilhete que dizia: “Esta é sua nova chance, eu te amo muito. Seu pai”.