Dia da fotografia traz alerta sobre os limites da auto exposição


Publicado em 18 de agosto de 2017
Pesquisa aponta que 90% dos brasileiros fazer selfies com frequência (Foto: Reprodução Internet)

Pesquisa aponta que 90% dos brasileiros fazer selfies com frequência (Foto: Reprodução Internet)

Amanhã, dia 19 de agosto é comemorado o Dia Mundial da Fotografia. A data remete ao dia em que foi feito o anúncio oficial da invenção da fotografia, em 1839. Mais popular do que nunca, a fotografia se tornou parte essencial na vida da maioria das pessoas.

Há pelo menos três décadas fotografar era um evento especial. Os chamados “retratos” na época, eram tirados exclusivamente em ocasiões especiais por um profissional, o que não custava muito barato. Com o tempo as fotografias foram se tornando mais acessíveis, mas ainda eram restritas aos filmes de 36 ou 48 poses cujas fotos precisavam ser reveladas e nem sempre saíam do jeito que imaginávamos. Em meados dos anos 2000 a maneira de fotografar mudou, com a popularização das câmeras digitais que permitiam tirar muitas fotos e ver como ficaram antes de imprimir. Mas foi o celular com câmera que consagrou as fotos como parte do nosso cotidiano.

Basta olhar a timeline das redes sociais para se deparar com todo tipo de fotografia: comidas, paisagens, animais e muitas, muitas “selfies”, a modalidade preferida dos brasileiros, segundo uma pesquisa recente da Antennas Business Insights, que aponta que 90% dos brasileiros assumem fazer autoretratos com frequência.

FACILIDADE

Para a dona de casa, Mayara Caldeira (25), a facilidade de poder tirar fotos a qualquer momento favoreceu o registro de memórias. “Podemos tirar fotos a qualquer momento e ter tudo registrado assim não perdemos nenhum momento especial”, diz.

Já Gustavo Baldesin (31) desempregado, diz que apesar de gostar de fotos é contra a super exposição. “Eu gosto de fotos, mas nada exagerado que onde eu for ou o que eu fizer eu tenha que fotografar. Hoje temos excesso de exposição nas mídias sociais e temos o direito de preservar nossa privacidade, pois nem tudo o que fazemos devemos mostrar”, ressalta.

Só no Facebook, mais de 350 milhões de fotos são postadas todos os dias no mundo todo.

PROFISSIONAIS

Mas quem pensa que a popularização das câmeras diminuiu a procura por profissionais está enganado. O fotógrafo Cristian Delariva, afirma que percebeu um aumento na procura por ensaios fotográfico após a popularização das redes sociais. “Nós temos uma grande procura por ensaios fotográficos ultimamente. A fotografia no meu ponto de vista é o ‘congelar momentos’ que às vezes passam despercebidos ao olhar. O profissional pode mostrar ao cliente o quão gostoso é ter essa imagem de um olhar diferente”, explica.

ALERTA

Mas embora esta facilidade para fotografar seja positiva na hora de registrar memórias e momentos importantes, os especialistas alertam sobre a importância de impor limites para a auto exposição. “Hoje em dia tornou-se socialmente aceitável manter um ‘diário’ da sua vida pessoal publicado nas redes sociais. O grande problema disso é o quanto essa auto exposição pode crescer e chegar até a tomar uma dimensão onde não se há mais limite entre o bom senso e a forma como a própria segurança da pessoa tem estado em jogo. Uma dica importante é sempre refletir e pesar o que acarretará positiva e/ou negativamente para sua imagem pessoal (e profissional, em alguns casos) a disseminação de determinada imagem na sua rede social. Vale ressaltar que essa auto exposição, acaba criando uma imagem da pessoa através de suas postagens, podendo assim ser reconhecido apenas a partir de uma ideia que socialmente estão fazendo da sua pessoa. Portanto, sempre use com muita cautela, pensando o quão necessário é e, qual impacto poderá causar essa exposição pública”, alerta a psicóloga Joslaine Kelly Fagundes.

Deixe uma resposta

Você precisa fazer o login para publicar um comentário.