Diferenças formam um único Brasil


Publicado em 31 de outubro de 2014

As eleições de 2014 tiveram força para mostrar o que de melhor e de pior pode ter um povo. No último domingo, acompanhar as redes sociais foi uma tarefa não muito fácil para quem tem senso de igualdade.

Mas, começando pelas questões positivas desse povo, é interessante notar a militância que muitos ainda possuem quando se fala de política. O quanto ainda é possível debater, avaliar e observar quando se trata de eleição. Enquanto muitos já desistiram, muitos outros se afirmam politicamente, e isso é bom.

Mas, fazer política também é aceitar que lados ganham e perdem e nem sempre isso é compreendido. Não dá para aceitar as declarações preconceituosas que muitos passaram a professar no último domingo.

Em um Brasil formado por tantas misturas e tantos brasis, é impossível que se concorde com qualquer tipo de ataque, seja ele relacionado à cor, crença, naturalidade ou sexualidade. Nós somos muitas diferenças formando um único e rico povo e não são preferências políticas que irão nos dividir em muros.

Num Brasil composto primeiramente por diversas e diferentes tribos indígenas, colonizado por europeus e que teve, para sua construção, as mãos de diferentes povos, incluindo a triste história da escravidão, não é possível que uns se julguem acima de outros.

No Estado que também teve suas riquezas erguidas por tantos nordestinos não pode ser aceito o preconceito com quem é filho da mesma nação. Muitos dos comentários proferidos, do ponto de vista legal, podem e devem desencadear processos judiciais para que se aprenda que respeito não é favor, é obrigação. Que estar em uma cidade, Estado ou ter melhores condições não implicam em superioridade. Que não existem raças, mas, apenas uma: a raça humana e nisso todos se igualam.

O preconceito contra esse povo foi tão marcante que muitos sequer pararam para avaliar os números e ver que outras regiões contribuíram fortemente para o resultado final.
Claro, é natural que muitos se decepcionem porque acreditam que este ou aquele candidato faria um trabalho melhor.

Porém, isso não pode ser válvula de escape para promoção do ódio e do preconceito. Um país mais justo e igualitário não começa no Planalto, começa em cada brasileiro que escolhe dar as mãos ao invés de levantá-las em ataque.

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