Em crescimento, Iracemápolis precisa de investimentos no sistema de água e esgoto
Moradores reclamam da falta de água: relatos começam a se tornar maiores a medida em que a população aumenta
Publicado em 8 de fevereiro de 2019
Moradores da chamada “parte alta” de Iracemápolis convivem com pouca água na torneira. E a medida em que o município está crescendo, os relatos de escassez do líquido começam a se tornar maiores.
Nesta semana, moradores da Rua Odair Zanzerolamo, do Aquárius, reclamaram da situação. Mas há outros bairros que sofrem com o problema há anos — entre eles, o Lázaro Honório de Oliveira, o Jd. dos Ipês e, mais recentemente, o Paineiras.
“Quem mora no Aquárius vive com a torneira vazia ou com pouca água. No fim de semana e no verão, piora”, relata a moradora Elisângela de Oliveira. Ela nota que o problema vem se agravando desde 2014, quando a população cresceu um pouco mais.
A Prefeitura trata o assunto de forma aberta. O prefeito Fábio Zuza, desde o começo de sua gestão, fala da necessidade de fazer investimentos no setor.
O problema é que não há dinheiro. Os estudos mostram que é preciso investir mais de R$ 20 milhões para recuperar a rede sucateada e comprar os equipamentos e a tecnologia de ponta necessária para preparar a cidade para o crescimento.
LOTEAMENTOS
Iracemápolis passou de 23 mil habitantes e vai crescer mais. Com isso, o atual sistema de água e esgoto, que está acima do limite, vai travar. Ele já opera em quatro vezes além da sua capacidade.
“É um sistema obsoleto, inaugurado em 1958″, afirma o engenheiro Beranilson Dias Fraga, que dirige o setor municipal de saneamento.
Especialista da área, ele alerta sobre a situação. “Sem investimentos, não tem como atender a novas empresas e abrir casas e loteamentos sem que isso represente problemas como a falta de água”, atesta.
São 12 loteamentos aguardando a liberação e três já em fase de construção. O Residencial Niza Azevedo Calice, paralelo à avenida principal, está quase pronto. Serão mais centenas de moradores que precisarão de água na torneira.
MERCEDES-BENZ
Outro ponto chave é o caso da montadora Mercedes-Benz, que precisa de 500 mil litros de água por dia para operar.
O município, na época da instalação da fábrica, se comprometeu a tratar a água e levá-la até a empresa. A obra que conduzirá o líquido está quase pronta, mas é certo que haverá impacto na estação de tratamento municipal.
Sem recursos, a Prefeitura propôs solucionar o problema por meio de convênio com a Sabesp. O projeto, porém, encontra resistência política e está parado na Câmara aguardando análise dos vereadores..