Estamos indo ou voltando?
Publicado em 11 de novembro de 2016
Fim das eleições no ‘império Americano’. No mínimo, John Lennon, autor da música ‘Imagine’ rolou em sua lápide, indignado com o resultado final. Em ‘Imagine’ ele sonha com um mundo mais justo, ‘imagine todas as pessoas partilhando todo o mundo’, ‘espero que um dia você junte-se a nós e o mundo será um só’, ‘imagine que não houvesse nenhum país, nenhum motivo para matar ou morrer’.
Edgar Morin, considerado um dos principais pensadores contemporâneos, critica o nosso atual modelo de educação, ‘fundado sobre a lógica da disjunção’. Segundo ele ‘em níveis mais amplos, continuamos a mesma lógica de separação e disjunção. A discriminação social, a estratificação das pessoas em camadas sociais ou em níveis sociais, ou ainda em castas. As guerras e a falta de diálogo intercultural. A incapacidade de compreender as necessidades e os pontos de vista do outro, de outra cultura, de outra comunidade’.
Poderia listar e citar centenas de outras pessoas, artistas, políticos, empresários, que tem em comum o sonho de um mundo melhor.
Donald Trump saiu vencedor das eleições dos EUA. O homem que disse em campanha que ‘quando o México manda seu povo aos Estados Unidos, eles mandam pessoas que têm um monte de problemas e trazem estes problemas para nós, trazem as drogas, trazem o crime, são estupradores. Eu iria construir um muro. E ninguém mais entraria ilegalmente. Eu faria o México pagar por isso’ é o novo presidente dos Estados Unidos da América. Trump sobre os atentados de Paris comentou que ‘se as pessoas que foram mortas em Paris tivessem armas, pelo menos eles teriam uma chance de lutar. Não é interessante que esta tragédia tenha ocorrido em um dos países com uma das leis de armas mais duras do mundo? Lembrem-se: onde ter armas é um delito, só os delinquentes as possuem’.
A conclusão é que a partir de janeiro teremos como presidente do país mais influente do mundo um senhor racista, intolerante, a favor do isolacionismo e ainda preconceituoso. Por aqui, em terras tupiniquins, temos os Bolsonaros e Crivellas da vida. Quem sabe estejamos preparando o campo para o surgimento de um novo Hitler? Afinal, estamos indo ou voltando?