Feito em casa, repelente é usado contra mosquisto da dengue
Com epidemia confirmada, parte da população se preocupa em usar o produto para evitar as picadas
Publicado em 27 de março de 2015
A epidemia de dengue pela qual o município passa fez com que parte da população se preocupasse em usar repelentes. Para quem não quer ou não pode usar os produtos industrializados, é possível fazer, de maneira fácil e barata, um repelente natural contra mosquitos, eficaz inclusive contra com o Aedes aegypti, transmissor da dengue.
Quem informou a receita do produto é o coordenador do curso de química do ISCA Faculdades, o professor Ricardo Francischetti Jacob. O produto utiliza três ingredientes e se vale das propriedades do cravo-da-índia para manter os insetos afastados. “Não recomento o uso deste repelente apenas em pessoas com menos de dois anos. Os demais podem utilizar”, informou.
Segundo o professor, o que atrai os mosquitos é o odor da pele. “O cravo-da-índia tem dois compostos, o eugenol e o ácido eugênico, que confundem os insetos, mantendo-os afastados”. Segundo ele, é por isso que, antes, era tão comum utilizar cravo-da-índia em doces, porque é eficiente também para repelir formigas e moscas.
A receita do repelente leva meio litro de álcool de cereais, dez gramas de cravo-da-índia e 100 ml de óleo corporal, que pode ser de amêndoas, camomila, citronela, erva-doce ou outro tipo. O óleo serve para fixar o produto na pele.
O cravo-da-índia e o álcool devem ser colocados em um frasco escuro com tampa, onde permanecerão em maceração por quatro dias, ao abrigo da luz. A mistura deve ser agitada de manhã e à noite. Depois é só filtrar e adicionar o óleo corporal. O repelente deve ser passado em todas as partes do corpo expostas ao ataque de mosquitos, e a aplicação precisa ser repetida a cada quatro horas ou após suar ou se molhar.
É possível usar várias vezes ao dia, inclusive para pessoas que irão se expor ao sol. “Muitas pessoas têm nos procurado para saber receitas caseiras. A diferença com os industrializados é que eles podem oferecer um tempo de duração maior, mas esse é eficiente”.
ALERGIA
Segundo ele, por ser um produto natural não há caos de alergia.“Não tenho relatos de que os compostos causem alergia, mas não recomendo utilizar o repelente em crianças com menos de 2 anos, que podem esfregar as partes onde ele foi aplicado na boca ou aos olhos”, ressalta Jacob.