Feminina ou feminista?
Publicado em 15 de fevereiro de 2019
Cheguei adiantada na aula de dança e comecei um bate-papo com uma amiga que é consultora de empresas. Ela é empreendedora e tem conquistado muitos clientes pela habilidade que tem em analisar a empresa, enxergar os pontos fracos e apontar soluções que, na maioria das vezes, retornam em lucro financeiro para o empresário.
O ambiente liderado pela minha amiga é dominado por homens e ela se queixava de como sofreu, no início da carreira, para que eles prestassem atenção no que ela estava falando e não no corpo dela. Ela contou que usava roupas largas para evitar que eles prestassem atenção no bumbum avantajado e lindo que ela tem. “Tive que fazer terapia para aprender lidar com isso”, revelou.
No meio do bate-papo ela me questionou: “Grazi, sempre tenho uma dúvida. Você é tão feminina, sempre maquiada, em cima do salto. Você é feminina e não feminista, não é”?
Os dois, ué! Com muita amorosidade, expliquei que uma coisa não extingue a outra. E revelei que ela, defensora de direitos iguais, uma mulher solteira que trabalha para dar o melhor para a filha e que não se rebaixa diante de cantadas machistas, é uma feminista com F maiúsculo!
Ela levou um susto e, como se um mundo novo se abrisse diante dela, questionou novamente: “então feminista é isso? Não preciso ser ativista radical para ser feminista? Nada de rasgar o sutiã e se revoltar contra os homens? ”
Não, amiga. Você não precisa. Queremos os homens juntos com a gente nessa luta.
Assim, minha amiga descobriu que era feminista e feminina desde quando nasceu. E eu saí da aula de dança com aquela sensação deliciosa de que essa luta linda está ganhando mais braços defensores. Com maquiagem ou não, a força e coragem de uma mulher são sempre bem-vindas!