Grossa, estressada, com TPM e o terrível mundo dos julgamentos


Publicado em 28 de maio de 2021
Graziela Félix - Jornalista Instagram: @grazifelix

Graziela Félix – Jornalista
Instagram: @grazifelix

Quantas vezes você mulher precisou falar mais firme no trabalho e foi taxada de estressada? Quantas vezes te chamaram de autoritária só porque você não concordou com a opinião de algum colega de trabalho? Quantas vezes perguntaram se você estava de TPM porque se recusou a fazer algo?

E você homem, quantas vezes já “brincou” com a sua colega dizendo que ela dormiu de “calça jeans” por que ela não fez o que você pediu?

Nem precisa fazer muito esforço para se lembrar de algum dos exemplos que citei acima. Isso acontece porque a nossa sociedade não está preparada para lidar com mulheres fortes. Fomos educadas para sermos passivas, delicadas, aquele tipo de pessoa que espera o momento certo para falar, porque não pode causar desconforto.

Então, basta uma mulher ter a postura diferente disso que ela começa a receber críticas severas que, muitas vezes, desmotiva e a faz refletir se o comportamento dela precisa ser mudado e, assim, receber menos julgamentos.

Veja, não estou defendendo agressividade. O que acontece é que em muitos momentos – na maior parte deles – a mesma atitude tomada por uma mulher em um dia  e por um homem, no outro, é julgada de maneira oposta.

Se o homem fala firme, é elogiado pela postura segura. Se o homem discorda, é porque é inteligente e tem argumentos. Se recusa a fazer algo, é porque é um homem de opinião. E se ele grita é porque está sobrecarregado e precisando de férias. Percebem a contradição?

Essas atitudes que vemos aos montes todos os dias também são legados do patriarcado que colocam os homens em uma posição de poder e a mulher, de submissão. É fato que o conhecimento sobre esse tema tem feito muitos homens e mulheres se descontruírem e, aos poucos, irem mudando suas atitudes.

Mas ainda há muito o que se fazer. Precisamos sim falar sobre assuntos tidos como tabus, temas delicados e espinhosos que muita gente ainda torce o nariz. É necessário ter consciência dos erros que cometemos para mudarmos de atitude.

Nossa sociedade ainda não está preparada para lidar com mulheres assertivas e é por isso que eu te convido a refletir sobre suas atitudes e entrar no time da desconstrução junto comigo. Bora?

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