Iracemápolis celebra 60 anos de emancipação político administrativa
Foi ao redor da capela Santa Cruz da Boa Vista que nasceu a vila que deu origem à cidade
Publicado em 2 de maio de 2014
Iracemápolis completa neste sábado, dia 3, 60 anos de emancipação político-administrativa. Neste dia, as comemorações que se iniciam logo pela manhã, devem lotar a Praça da Matriz, principal ponto turístico. Falar em Iracemápolis é falar não só na praça central e na tradição de jovens que passeiam por ela, especialmente aos domingos.
É falar na avenida principal com seus ipês amarelos repletos de flores em setembro, nos canaviais que já levaram o nome do município à mídia nacional e em sua tranquilidade habitual, muito conhecida nas cidades vizinhas. Atualmente, falar em Iracemápolis é falar também da pequena cidade que enfrentou gigantes e conquistou uma multinacional disputada, a Mercedes-Benz.
A Iracemápolis que completa seu 60° aniversário, é uma cidade que tem crescido se desenvolvido em muitos aspectos e que tem também, à sua frente, a tarefa de se desenvolver de forma responsável e oportuna.
Foi ao redor da capela Santa Cruz da Boa Vista, povoada principalmente por escravos libertos do Morro Azul, que nasceu a vila que deu origem à cidade de Iracemápolis.
Construída em terras doadas pelo fazendeiro José Emídio, até 1954 o local era distrito de Limeira, mas a fundação já conta mais de 120 anos.
O distrito chamava-se Santa Cruz da Boa Vista e o nome da cidade é uma homenagem do povo à Fazenda Iracema, desmembramento da Fazenda Morro Azul. A emancipação, oficializada em 1º de janeiro de 1954, teve a data mudada para 3 de maio, escolhida por ser o dia de Santa Cruz, ligado ao nome antigo do distrito. A capela que deu origem ficava em frente à Igreja Matriz, e foi demolida nos anos 60.
O estigma de remeter a cidade ao nome de “Bate-Pau”, num mito de incidência de brigas tem raiz, na verdade, numa dança dos escravos, que tinha este nome, em que usavam-se bastões e os batiam. Nesta época, um nome lembrado é o do capitão Paulo de Simões, que teria sido o herói na busca da emancipação do município.
José Chinelatto, o primeiro gestor, que era subprefeito antes da emancipação, foi o responsável pela rede de água e urbanização do município. No ano da emancipação a estimativa era de uma população de cinco mil pessoas. Já o Censo 2010 apontou 20 mil pessoas. (Com informações do livro Iracemápolis Fatos e Retratos de José Zanardo)
Curiosidades
Quem foi quem em Iracemápolis?
Capitão Paulo Simões – É considerado como fundador espiritual de Iracemápolis devido sua luta para a emancipação da cidade. Nascido na Alemanha, mudou-se para o distrito onde abriu uma farmácia. Também exerceu funções de subdelegado e subprefeito na cidade. Faleceu em Limeira em 1954, meses depois da emancipação. Em sua homenagem, foi dado seu nome a uma das ruas centrais da cidade e ao Pronto Atendimento Médico.
João Ometto – Com família vinda da Itália, João chegou a Santa Cruz da Boa Vista em 1918. Juntamente com irmãos adquiriu a Fazenda Aparecida, onde hoje se assenta a Usina Iracema. Destacou-se como homem de negócios ao lado de Luiz. Casou-se com dona Belinha Ometto, que também ficou conhecida na cidade, esta por suas obras de solidariedade e cuidado com quem precisasse. João amava Iracemápolis onde ocupou o cargo de subprefeito. Em homenagem, ele da nome a escola estadual João Ometto e ao bairro onde a escola esta localizada.
Maria Dezzone Pacheco Fernandes – É a autora do livro Sinhá-Moça, que teve sucessivas edições e que deu origem ao filme homônimo, de 1953, do qual também participou da elaboração do roteiro. O romance também virou tema de telenovela, sendo adaptada pela Rede Globo em 1986 e em 2006. Ela da nome a Biblioteca Municipal. Colaborou em diversos jornais. Foi casada com João Pacheco Fernandes com quem teve três filhos. Entre eles, um possui família e propriedade em Iracemápolis.
Cesarino Borba – Nascido em Iracemápolis em 1927, de família humilde trabalhou na roça. Com empenho, conseguiu trabalho na farmácia do Capitão Paulo Simões. Após algum tempo, seu patrão o enviou a São Paulo onde se formou em farmácia, uma de suas maiores alegrias, pois tinha o sonho de ser médico. Trabalhou pelo município, entre as funções, está a de vereador. Faleceu em um trágico acidente de carro na Rodovia SP 151. Em homenagem, seu nome foi dado à escola estadual Cesarino Borba.