Iracemápolis perde um de seus queridos filhos, Sérgio Demarchi
Publicado em 15 de junho de 2018
A quarta-feira (13 de junho) foi um dia totalmente diferente para os iracemapolitanos. Quem passava pelo centro da cidade notava um clima triste no ar. Apenas uma loja estava com as portas fechadas, as que trabalhavam tinha um ar de desolação entre os funcionários. No Cartório de registro, a simpatia dos irmãos Junior e Chicão deu lugar aos olhos vermelhos e lacrimejantes; nas lojas próximas, os comerciantes mais antigos não queriam acreditar no que havia acontecido; e entre a população em geral, não foram poucos os que choraram ao ver o recado na porta da Loja do Palmiro de que uma das pessoas mais alegres e simpáticas de Iracemápolis tinha sido chamada para morar junto ao Pai.
Serjão do Palmiro era conhecido por tratar a todos com muita simpatia, procurando solucionar os problemas de quem o procurava. Era muito conhecido também pela atenção e carinho que dava às pessoas especiais. Quando jovem adotou o Oréco como irmão de coração, tendo inclusive o chamado para ser seu padrinho de casamento; o Evandro do Baiano Branco sempre que podia trazia umas ataduras dizendo que estava doendo, e o Sergio fazia um suposto curativo que o deixava todo feliz; o Marcinho da Vidraçaria era seu “homem de confiança”, e o mesmo retribuía esta missão com muito carinho e lealdade.
No Bico do Corvo ele era o capitão da alegria, sempre com uma piada para alegrar o dia de quem estava cabisbaixo; relembrar os causos ocorridos em Iracemápolis de outrora era outra de sua especialidade, que narrava os fatos com detalhes que remetiam os ouvintes à antiga Bate-Pau, e com isto os risos eram certos.
Na terça-feira, dia dos namorados, após rir muito com os amigos, sentiu uma leve brisa no rosto e proferiu uma frase que sempre repetia quando estava feliz. “- Me recuso a morrer num dia que nem hoje”. Porém com o anoitecer o amigo dos amigos sentiu que algo não estava bem; uma dor o incomodava e precisou buscar auxilio médico. Os profissionais do Pronto-Socorro mostraram sua habitual eficiência, fazendo todos os procedimentos possíveis e necessários e o mandaram para um hospital com maior estrutura.
Mas aquele coração tão grande, que cabia dezenas (talvez centenas) de amigos precisava descansar. Mas ele havia dito que se recusava a morrer num dia como aquele; e como homem de palavra que sempre foi, esperou o calendário virar, e na quarta-feira, dia 13 aquela pessoa iluminada, de sabedoria impar, e alegria contagiante foi para os Braços de Deus.
Sergio Demarchi cumpriu sua missão na Terra com maestria, e por muitos e muitos anos ele será lembrado por todos que tiveram o privilégio de conviver com ele. Graças à Deus eu fui um deste privilegiados.