Jamais sozinho


Publicado em 12 de setembro de 2014

Você pode tentar imaginar como seria ser colocado para fora de casa por seu próprio pai? Como você se sentiria se sem nenhum motivo aparente aquela figura que você tanto admira te mandasse ir embora?

Difícil imaginar não é? Pois bem, foi isso que aconteceu com o filho de Abraão com Hagar, conforme o relato do livro de Gênesis. Foram despejados mãe e filho para lugar nenhum, porque nem ao menos sabiam onde poderiam encontrar abrigo.

Ismael era nome do menino, com apenas um pouco de comida e um tanto de água Hagar e ele começam uma caminhada por um deserto, literalmente, tentando imaginar o que poderiam ter feito para evitar aquela lastimável situação.

Talvez na cabeça de Ismael houvessem perguntas do tipo: “o que foi que eu fiz?” ou até mesmo “o que foi que eu não fiz?”, inúteis questionamentos que só traziam ainda mais dor a um coração quebrado.

No momento em que acaba-se a comida e a água e a mãe do menino se vê sem suprimento e sem esperança, com um horizonte de areia como perspectiva, ela percebe que a morte seria inevitável.

Sem coragem para estar ao lado do filho na hora da morte por desnutrição e insolação, ela decide deixá-lo sozinho para morrer.

Nossa! Como essa história toca meu coração! Um menino abandonado por seu pai e sua mãe, sozinho em um deserto, é triste demais.

O que mais poderia acontecer? Parece que tudo que poderia dar errado, definitivamente deu errado. Mas, algo de valioso aconteceu, bem melhor que uma miragem ou atenuação da dor.

Reunindo suas últimas forças, Ismael faz uma oração, isso mesmo, uma oração. A conversa sincera com Deus que deveríamos ter todos os dias.

Ele pede socorro de um pai que jamais falha, pede socorro para um Deus que muda as coisas. Gosto de imaginar o que ele teria dito, “Deus, será que o senhor pode me ouvir? Não tenho mais ninguém, estou sozinho aqui, será que poderia me dar uma chance de viver e ser meu pai?”

Uma palavra certa, para a pessoa certa, na hora oportuna, miraculosamente trouxe a vida de volta ao menino e restabeleceu a esperança da mãe que voltou até seu filho porque Deus lhe mostrou água.

Não sei o quão sozinho você pode estar se sentindo, o que sei é que todo aquele que busca refúgio no pai perfeito, encontra. Ele não só ouve como responde prontamente a um coração sem hipocrisia e falsidade, um coração sincero, responde aquele que se aproxima dele na certeza de que ele pode mesmo resolver toda e qualquer situação, aquele que se aproxima dele porque ele é simplesmente pai. Jamais estaremos sozinhos quando ele for invocado.

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