LPs


Publicado em 10 de abril de 2015

É claro que não fico por aí ouvindo discos de vinil. Pelo contrário, tenho mania de baixar e montar coletâneas em MP3. Mas isso não significa que eu deixei de lado os “bolachões”. Criado na década de 40, o LP tem um charme todo especial — e muita gente pensa assim!

Quer um exemplo? O Renato Evangelista, que tem coluna aqui na Gazeta. Lembro a primeira vez que fui até a sua casa ver sua coleção. Eu tinha 15 anos e estava com dois amigos, Ricardo De Gaspari e Júlio Quinalha. Ficamos fascinados com a parede do quarto coberta por vinis de bandas como Titãs, Barão Vermelho e Rolling Stones. O Renato sabe tudo de discos, organiza-os em ordem alfabética, sabe o modo certo de limpá-los e fala de cabeça a quantia exata que tem.

Outro da cidade que é apaixonado por LPs é o professor de inglês Leandro Pereira. Inclusive, ele participa de várias festas como DJ usando só vinil. Em um cenário dominado por mídias digitais, o projeto parece até anacrônico, mas funciona muito bem. E o fato de usar vinis é justamente o que lhe garante sucesso, afinal, as pessoas gostam de relembrar outras épocas e se divertir com os clássicos originais. A estética das capas, o chiado do início, o conceito de lado A e B e as lembranças que os álbuns trazem são alguns dos atrativos.

Quanto a mim, também tenho uma coleção. Comprei vários discos em sebos e herdei muita coisa de duas pessoas, meu tio Adebrail De Nadai e meu amigo Lauro Pissolito, que nos anos 80 e 90 lideravam a famosa e já extinta banda Contra Mão (lembra dela?).

São coisas simples, nada de discografias inteiras ou raridades, mas para mim são como pérolas. Quem coleciona algo, mesmo que não seja vinil, sabe bem o que isso significa e entende o velho ditado: “o passado é a escola do conhecimento”.

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