Luta dos portadores de deficiência é lembrada em data especial

Dia nacional foi comemorado no dia 21 de setembro

Tião Ramos, 32: “Para mim todo dia é uma oportunidade de superar minhas dificuldades e vencer os meus limites” (Foto: Reprodução Internet)

Acessibilidade, preconceito e espaço no mercado de trabalho são apenas algumas das dificuldades que os portadores de deficiência enfrentam todos os dias. Para levantar a bandeira da luta por inclusão social foi criado em 1982, o Dia Nacional da Luta da Pessoa com deficiência, comemorado no dia 21 de setembro.

O último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que 20 % dos brasileiros tem algum tipo de deficiência. Para proteger essa parcela da população, a Constituição brasileira garante seus direitos nas áreas de saúde, educação, formação profissional, trabalho, acessibilidade nos lugares públicos, criminalização do preconceito entre outros.

Mas embora existam leis que os amparam, os deficientes ainda precisam vencer a barreira do preconceito que surge muitas vezes dentro de casa, como conta a assistente social e coordenadora da ARIL (Associação de Reabilitação Infantil Limeirense) Iracemápolis, Giovana Tavares da Silva. “O censo comum diz que o deficiente, seja ele físico ou mental é inferior às outras pessoas, e este pensamento faz com que muitos pais de crianças diagnosticadas com alguma deficiência, tenham dificuldades de aceitar as limitações dos filhos, resistindo muitas vezes à necessidade de procurar um acompanhamento”, explica.

Giovana aponta ainda o preconceito como uma das principais barreiras a serem quebradas. “O que gera o preconceito é a falta de conhecimento, por isso a realização de trabalhos de conscientização sobre o tema é muito importante. A promoção de datas como esta contribui para desmistificação do assunto”, completa.

“Ter uma data para falar da nossa luta é muito importante, pois este é um assunto ainda esquecido. Enfrentamos dificuldades básicas no dia-a-dia como falta de rampas e banheiros adaptados em lugares públicos”, afirma Fabiano Toledo, 37, que tem problemas de coordenação motora decorrentes de uma complicação em uma cirurgia realizada aos 14 anos.

SUPERAÇÃO

Sebastião Antônio Ramos Junior, o Tião, 32, sofreu um acidente há dez anos e desde então ficou paraplégico. Assim como Toledo, ele destaca a acessibilidade como uma das principais dificuldades enfrentadas, e conta que apesar das limitações conseguiu encontrar no esporte um motivo para superá-las. “Aprendi a viver e a dar valor a cada detalhe da vida, coisas que não dava antes. Hoje sou atleta de basquete, praticante de calistenia e CrossFit. Pratico provas de corridas também. Graças a Deus com todas as dificuldades que encontro só tenho a agradecer por poder estar vivo”, conta.

“Sou a favor de ter um dia especial para tratar dos nosso diretos e mostrar nossa luta, mas para mim todo dia é uma oportunidade de superar minhas dificuldades e vencer os meus limites”, afirma Tião.