Natália vale ouro
Publicado em 31 de julho de 2015
Como foi legal, no último sábado, assistir as lutas da Natália Brozulatto nos Jogos Pan-Americanos em Toronto, no Canadá. Vê-la ao vivo na TV, com seu rosto sempre determinado, fez lembrar o quanto ela batalhou para chegar ali e competir de igual para igual com as melhores caratecas do mundo.
Na primeira fase, enfrentou uma atleta dos Estados Unidos (vitória contra Eimi Kurita), uma da República Dominicana (empate contra Carmen Harrigan) e outra do Equador (vitória contra Priscilla Nieto). Ficou em primeiro no grupo e foi para as semifinais, onde passou pela venezuelana Omaira Molina. Na final, venceu a mexicana Xhunashi Caballero por 2×0. Ouro!
Lembro da Natália ainda adolescente, fazendo brigadeiro para vender e ter grana para viajar. E vi de perto mesmo, frequentava sua casa com meu amigo Júlio Quinalha (não à toa, troquei mensagens com ele assim que ela subiu ao pódio, ele também feliz da vida). Lembramos de quando, por volta de 2002, víamos ela comentar sobre a grana que precisava. Fazia de tudo: pizza para vender, rifas, treinava em Limeira e vinha correndo, cansada, trabalhar na Pastelaria do Gordo, tudo para levantar o dinheiro. Trabalhava até tarde da noite, ficava exausta, mas ia disputar os campeonatos no outro dia. Seu amor pelo esporte sempre esteve acima de tudo.
De lá para cá, passaram mais de 10 anos. Ela se estabeleceu em Piracicaba e depois ganhou o mundo. Lutou em muitos lugares, ganhou muitas medalhas. Por exemplo: foi pódio em 2013 no Mundial de Caratê da Alemanha e no USA Open 2015.
Hoje, merecidamente, é a atleta numero 1 de sua categoria em toda América Latina. Ela é ouro! — e não só pela medalha, mas por toda determinação, coragem e história.