“O novo cochila e espera”
Publicado em 19 de dezembro de 2014
“Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre”
O poema é de Carlos Drummond de Andrade é sempre brilhante quando falamos em um novo ano. O texto, ainda que de fácil entender, nos lembra que fazer o novo depende somente de nós. São muitos os que acreditam em simpatias e manias para a virada do ano. Porém, o novo, não virá sem esforço.
O que você espera nesse novo ano? Muitos fazem listas com planejamentos. Pensam em casa nova, carro novo ou um trabalho novo. Quem sabe aquela viagem ou uma gravidez?
Porém, também é preciso pensar no novo que vive nas pequenas coisas. Quem sabe uma nova amizade ou retomar aquela velha que, por algum motivo se afastou? Quem sabe uma nova forma de tratar a família, com mais tempo e mais amor? Quem sabe adotar um animal abandonado ou ajudar uma instituição que acolha quem quer que precise?
Sempre é possível fazer o novo nas pequenas ações do dia por mais corrido que seja. Quem sabe começar com uma caminhada ou uma oração de gratidão ao invés daquela velha reclamação por acordar tão cedo?
Faça listas, planeje e trabalhe duro por tudo que pretende conquistar. Mas é possível começar algo de forma nova hoje. A felicidade, já dizia o pensador, não está na linha de chegada, mas está no caminho que construímos.
Assim, como disse Drummond, poderemos “ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota”.