O preço da paz
Publicado em 21 de fevereiro de 2014
Semana passada a morte do cinegrafista chamou a atenção de todos, como também essa semana, a notícia do pai que se jogou com o filho nos braços. Nesses casos a gente fica se perguntando o que leva algumas pessoas a ferir e matar outras e muitas vezes a resposta é mais simples do que possamos pensar: falta paz interior.
Quando se tem paz, você pode lutar por condições melhores, pode sair às ruas e manifestar-se de maneira pacífica, quando se tem paz não se agride o próximo, muito menos um filho, porém errado quem pensa que a falta de paz está somente nessas situações. A pessoa perturbada está também no trabalho, onde seu único pensamento é acordar e descobrir o que mais pode fazer para humilhar o outro, o que pode fazer para puxar o tapete de alguém e ainda sair sorrindo como se ninguém soubesse, e isso não é diferente de tirar a vida, afinal atitudes assim também matam por dentro.
Tem situações que a gente presencia que nos dão vontade de vomitar (perdoem-me a palavra), e eu tive uma vontade imensa de vomitar uns dias atrás, vomitar muito mesmo, mas tenho certeza que todos vocês, queridos leitores já estiveram em algum lugar, vendo alguma situação que lhes deu náusea, não é?
Bom é que a gente ainda pode voltar pra casa, no seu canto de paz, cumprir suas obrigações sem prejudicar ou humilhar alguém, a gente pode lutar por situações melhores sem fazer uso de rojões ou outros artefatos, não precisamos matar ninguém para justificar nosso fracasso e nossa infelicidade interior. Para essas pessoas nada nunca será bom o bastante. Os governantes nunca serão bons, o trabalho nunca será bom e estar onde estão nunca satisfará. Terão que sair às ruas e matar, depois aparecer com cara de dó num imbróglio sem fim, ou se esconder por detrás de sua máscara de paz, amor e felicidade, para esconder a sua insatisfação e a própria descoberta de que elas jamais serão coisa alguma, mesmo nos mais altos patamares de “status” que tanto desejaram, afinal falta paz interior…
Feliz aquele que sabe que a paz não se compra, não a recebe matando gente em manifestações, achando assim que seus problemas serão resolvidos, não a encontra agredindo outrem, principalmente à quem se diz amar, a paz não custa milhões ou centavos, nem algumas centenas de reais a mais no seu demonstrativo de pagamento recebidos às custas de humilhação para satisfazer um ego insaciável, e ao final descobrir que o preço a ser cobrado será alto demais, impossível de pagar, pois todo mundo sabe que a paz não tem preço, mas a maldade tem.