O que o feminismo tem a ver com os Jogos Olímpicos?
Publicado em 30 de julho de 2021
Se você teve dificuldade em responder essa pergunta, tenha calma que eu vou te ajudar.
Primeiro vamos nos lembrar que o feminismo nada mais é que a luta pela igualdade entre homens e mulheres. Tendo isso como referência precisamos nos lembrar que demorou muito tempo para que as mulheres conquistassem o direito de participar das olímpiadas.
Se na primeira edição das Olimpíadas da era moderna, em Atenas (1896), as mulheres não foram autorizadas a participar, quatro anos depois, em Paris, elas tiveram suas primeiras representantes nos Jogos. Ainda assim, em 1900, as mulheres eram apenas 2% dos competidores e só podiam disputar poucos e “gentis” esportes, como tênis e golfe. Cento e vinte e um anos depois, elas ficam próximas da igualdade e agora são 48,8% dos pretendentes a medalhista.
Mas, não podemos nos considerar satisfeitas enquanto existirem – no meio esportivo – casos como o que aconteceu com as jogadoras da seleção feminina de handebol de praia da Noruega.
Elas foram multadas porque se recusaram a usar biquíni ao disputar medalha de bronze no Campeonato Europeu. Segundo o comitê organizador, os trajes das jogadoras foram considerados “inadequados”. Repararam no absurdo? Elas foram multadas por não usarem biquíni, por estarem “cobertas demais”.
Este episódio nos chama a atenção para o sexismo que existe no ambiente esportivo e o quanto ainda temos que lutar para pararem de nos enxergarem como objetos. Nossa competência não pode ser validada pelas nossas curvas. E essa é uma das bandeiras do feminismo.
Neste caso específico, um exemplo lindo de sororidade foi dado pela cantora americana Pink que se ofereceu a pagar a multa aplicada às jogadoras pela Federação Europeia de Handebol (EHF) que vai custar um total de € 1.500, equivalente a cerca de R$ 9.450,00.
Não se trata de dinheiro, nem de rebeldia por nada. Estamos falando da conquista por igualdade. Estamos repudiando o fato de que, em pleno século 21, nossos corpos ainda sejam vistos como objeto onde os homens se acham no direito de comentar ou decidir.
Se a nossa geração enfrenta esse tipo de preconceito, atuo para que a nossa luta sirva para mudar esse tipo de comportamento. Para que a sua filha, sobrinha, enteada não passem por isso. Vamos juntxs?