O que podemos aprender com a greve?
Publicado em 8 de junho de 2018
Há poucos dias, enquanto o país inteiro parava devido à greve dos caminhoneiros, eu também me vi, lentamente, parando.
Parando para perceber o quanto estamos, emocionalmente, despreparados para enfrentar a vida, de uma forma geral.
Portanto, hoje, eu começo esse texto pedindo para que você reflita um pouco sobre o que é, de fato, essencial para a sua vida.
O que, de verdade, é fundamental para você? E o que tem tomado seu tempo e energia de tal forma que tem te afastado disso?
Quantos são os compromissos que você faz consigo, e com os outros, que são realmente essenciais?
Na semana em que vi pessoas montarem estoques em suas casas, diante da notícia de que algo poderia faltar, sem nem ao menos se questionarem se aquilo tudo era realmente necessário para elas, me vi perguntando a mim mesma: quantas são as coisas que nós, por medo da escassez, por medo de não ter nos preparado o bastante, viemos acumulando em nossas vidas dia após dia.
Estamos tão habituados a ter que dar conta de tudo, a viver com o excesso de informações e cobranças, que desaprendemos a arte de priorizar, como se viver com um pouco mais de calma não mais nos fosse permitido.
A greve já chegou ao fim, mas, de verdade, você tem feito as escolhas corretas quanto ao que você deve priorizar no seu dia?
E se algo lhe faltar, como você tem se preparado para continuar dando conta de viver a sua vida de forma significativa?
O que desejo para você, e para todos nós, é que possamos reaprender a arte de valorizar o que é fundamental para o nosso bem-estar físico e mental, e nada mais do que isso.
Que saibamos reorganizar a nossa vida, assim como organizamos um armário lotado de roupas que não são mais usadas.
Que tenhamos a coragem de abrir mão daquilo que não faz sentido em nossas vidas, para assim, abrir espaço para que o que é realmente necessário floresça, e receba o cuidado e a atenção de que precisa.
Que nossas decisões possam ser pautadas em argumentos que traduzam a nossa essência, e não apenas em uma necessidade enlouquecedora de ser alguém socialmente reconhecido e valorizado.
Que não nos esqueçamos dos nossos valores, mesmo que a vida nos vire do avesso.
Que saibamos dizer não, quando o sim for uma negação daquilo que nós acreditamos que seja a nossa verdade.