O som mórbido, a alegria do trabalho e o aniversário da cidade


Publicado em 3 de maio de 2019

Naquele momento, umas três pessoas aguardavam no balcão do cartório enquanto suas necessidades eram atendidas. De repente começou um som… A mim me pareceu meio mórbido e eu demorei pra identificar de onde vinha.

-Não é possível! Eu vou ter que aguentar essa música tocando o dia inteiro hoje. Vai chegar à noite e eu vou estar com isso explodindo na cabeça- bradou o irmão mais velho – É o celular dele! – e apontou para o irmão mais novo, que já se movimentava pra pegar o aparelho e atender a ligação. Claro que todo mundo olhou para o rapaz sentado à escrivaninha – Ele foi na procissão e não consigo entender porque ele gravou essa música.

Daí eu soube porque a música me pareceu mórbida. Era a música que foi tocada na procissão da sexta-feira santa que retrata o funeral de Jesus.

Todo mundo riu, o irmão mais novo continuou com os afazeres e o mais velho também. Rapidamente, todo mundo foi atendido, e bem atendido devo dizer. Por isso, nessa semana que comemoramos o Dia do Trabalho e o Aniversário de Iracemápolis, eu quis compartilhar esse ocorrido no cartório da cidade pra refletir sobre essas duas datas: naquela manhã fui ao cartório e a uma outra instituição. No cartório é aquele clima familiar, todo mundo sabe, as pessoas são bem tratadas, cordialidade e respeito foram certamente ensinamentos deixados pelo sr. Bráulio Rossetti para seus flhos e neto que ali está também.

Quantos causos se ouve lá e com certeza daria um livro. Isso tem a ver com o Dia do Trabalho: trabalhar com amor. É tão bom a gente ir a algum lugar e ser bem atendido, não é? Mas depois não foi o que aconteceu na outra instituição, infelizmente. Eu ouço muitas reclamações daquele lugar, péssimo atendimento, grosseria, o coração treme só de passar pela porta. Caras feias e falta de vontade em atender a população. Eu não vou falar que lugar é esse, porque hoje a gente não pode falar nada. Tudo vira processo, assédio, danos morais, um mar de palavras sem vergonha para justificar as próprias falhas. Ninguém quer aceitar crítica, só quer processar…acho que a tal liberdade de expressão não existe. Ainda bem que existe a liberdade de pensamento! No pensamento a gente fala o que quer.

Por fim, no aniversário da cidade falamos muito da cidade em si, mas acabamos nos esquecendo um pouco das pessoas. E quantas pessoas queridas partiram desde o último aniversário da cidade. Pessoas que como o sr. Bráulio Rossetti colaboraram com o crescimento e desenvolvimento de Iracemápolis.

Fica aqui, portanto, meu abraço a todos os familiares daqueles que fizeram história na cidade e a todos também que trabalham com amor, que alegram o dia das pessoas muitas vezes com um simples bom dia e com atendimento esmerado, para aqueles que cumprem seu dever com maestria e consideração ao próximo. Isso faz uma cidade comemorar cada ano de emancipação, e é o que se deve buscar semprepara ser exemplo de um lugar onde amamos viver.

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