Os poemas do Seu Oscar


Publicado em 9 de outubro de 2015

Todo dia, por quase 30 anos, o senhor Oscar Secundino do Amaral desceu à Praça da Matriz montar seu carrinho de lanches. De manhã até a noite, vendeu hambúrguer e cachorro-quente com a dedicação e o capricho de sempre. Foi assim por todos esses anos, cortando pães, colocando maionese e os ingredientes que formam o saboroso alimento.

Mesmo antes de fazer lanche, Seu Oscar já era comerciante. Natural de Apiaí, Vale da Ribeira, veio para Iracemápolis em meados dos anos 40. Na juventude, vendeu pipoca, algodão-doce e amendoim de porta em porta, prática comum na época. Para muita gente, isso não é novidade. Mas, se tem uma coisa que nem todos sabem, é que as mãos que tão bem fazem um lanche também registram outro bonito dom: o de escrever poesias. Sim, é verdade: Seu Oscar sempre foi um grande poeta!

Seus escritos, carregados de nostalgia, falam de cotidiano, infância e juventude. São mais de 40 anos dedicados a pensamentos e reflexões, tudo anotado em um caderno. No começo, costumava fazer letras para moda de viola, mas depois tomou gosto por poesia e não parou mais. Inclusive, já teve versos declamados na Rádio Bandeirantes e participou de coletâneas publicadas pela Prefeitura de Iracemápolis, em 2007 e 2008, além de ter ido a vários saraus.

Por muitas vezes, parei na Praça para conversar e ler seus poemas. Seu Oscar sempre gostou de mostrá-los, pedir opinião e falar sobre as inspirações. Sempre achei os textos incríveis e torço para que mais gente leia-os.

Hoje, aos 86 anos, ele já não desce à Praça em seu velho ponto. Está aposentado. Mas continua o mesmo de sempre: uma grande pessoa e um admirável autor.

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