Palhaçada em Iracemápolis
Publicado em 23 de maio de 2014
Ai meu Deus, lá vêm eles de novo! Lá vêm eles de novo! Leitores (as) quem não se lembra do palhaço Bozo? Alô criançada o Bozo chegou, trazendo alegria pra você e o vovô! Esse é da minha época. Já Carequinha começou em 1951. Muita gente deve se lembrar. “Tá certo ou não tá, garotada?”. Carequinha foi o primeiro palhaço da televisão brasileira. Lembro-me também do Tic Tac, do programa Bambalalão da TV Cultura. Atchim e Espirro apresentaram programas infantis durante a década de 80 na Rede Gazeta e Bandeirantes. Piolim, mundialmente conhecido e que em seu tributo foi criado o dia do circo.
São vários os profissionais que divertiram muita gente no Brasil e pelo mundo. O ambiente circense é mágico. Atualmente existem grandes espetáculos como o “Cirque du Soleil” e mesmo lá a figura do palhaço é muito forte. Sou do tempo do “circo do Veneno” que de tempos em tempos instalava sua caravana em Iracemápolis. Era sensacional.
Mas o que seria do circo sem o palhaço? Alexandre Luis Casali, ator e palhaço Biancorino, diz que “o verdadeiro palhaço se diferencia pela sua simplicidade de levar a complexidade da vida”. Interessante foi descobrir nessa entrevista com Alexandre, no palhacemos.wordpress.com/
aprendendo-o-que-e-o-palhaco/, feita por Hilla Santana, que não é da natureza do palhaço seu vínculo com as crianças. Casali diz: “Essa relação palhaço-criança é muito forte aqui no Brasil devido à identificação delas com o circo e também pela midiatização desse conceito equivocado, através principalmente do palhaço Carequinha, o qual começou um movimento muito forte, trazendo em seus programas mensagens pedagógica e moral. Contudo, o papel do palhaço na verdade é ser um transgressor. Originalmente, ele é aquele que traz o contrário das coisas. E por isso, na Europa, por exemplo, os espetáculos de palhaços são mais direcionados a adultos. Mesmo que o palhaço tenha a pureza, a inocência, a estupidez, o ridículo, que pra criança é muito natural. Tudo isso se refere à questão da espontaneidade que deve ser inerente a todo palhaço. Isso não isenta a importância da criança nesse trabalho. Afinal, a própria criança também tem um papel de mestre por se tratar de seres humanos tão espontâneos e verdadeiros”.
Outra questão nítida é uma das funções mais incríveis do palhaço, fazer rir. Alexandre comenta: “O homem é o único animal que ri. E esse artifício não só colabora para o humor, mas também para a saúde de qualquer pessoa. Prova disso é que a medicina vem se utilizando do riso no tratamento de doenças, a exemplo dos Terapeutas do riso em Salvador e por todo o país”.
“O palhaço é uma profissão subjugada. Por falta de cultura, algumas pessoas não sabem que o palhaço é super reconhecido, super valorizado no mundo inteiro, é uma arte nobre. Então esse é o riso mais curativo que existe, é o riso que transcende o ego, é o riso em comunhão com o universo.”
Iracemápolis já tem seus representantes desse mundo mágico, Hugo Delariva (Palhaço Herondi Poca Sombra) e Denis Menezes (Palhaço Délcio Garapa) vêm fazendo um trabalho primoroso na cidade e região. Afinal, quem não gosta de rir?