Por quê?

O desespero bateu quando a mulher abriu os olhos e viu que já era sábado e ela nem tinha comprado nada para o dia seguinte, domingo de Páscoa. Como a maioria das pessoas, tinha deixado tudo pra última hora.

Rapidamente se aprontou e correu para o supermercado comprar ovos de Páscoa para ela e pra todo mundo. Dentre o mar de pessoas, a disputa pelos ovos era enorme, mesmo diante da diversidade de tipos, sabores, tamanhos e preços, aliás, altíssimos que impossibilitavam muita gente de comprar os tais ovos.

Nervosamente ela pega a famosa listinha e começa a selecionar os ovos para os diferentes “estilos” de cada pessoa. Era o que todo mundo estava fazendo: pensando nas pessoas, quem vai gostar de qual, que brinquedo o filho vai encontrar dentro do ovo, se vai levar pra sogra, se o marido ou a esposa merecem um ovo, um coração de chocolate ou nada, e quais levaria para si, talvez uns dois ou três para ter chocolate por um bom tempo, e por aí vai…

Algumas horas depois chega a mulher em casa trazendo sacolas de ovos de chocolate. Descarregou o carro e agora com calma, foi tirando-os das sacolas e ajeitando-os na mesa. Sentou-se e ficou olhando os embrulhos bonitos, os papeis coloridos e atraentes, sentindo o aroma suave de chocolate que começava a invadir a cozinha, quando uma pergunta surgiu em sua mente: “Por quê?”. Ovos, chocolate, Páscoa… Por quê?

Sem encontrar resposta, pegou um de seus ovos, abriu e começou a comer. Dizem que chocolate é bom para a memória, talvez a fizesse relembrar o porquê, não dos ovos, nem do chocolate delicioso que amamos comer, mas sim, da Páscoa.

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