Preconceito
Publicado em 17 de junho de 2017
O preconceito é inadmissível. Em qualquer circunstância, não admito. De qualquer tipo, me deixa consternado. Sabe aquela ‘simples’ piada? Odeio! “São esses os tempos, e este o país”, diz EnioSqueff, pai de menino negro vítima de racismo em shopping de SP. Você soube do caso?
O próprio Enio explica: ‘Na sexta feira passada, lá pelas 18 e 40, enquanto tomava chá com meu filho de sete anos no Shopping Higienópolis, fui surpreendido por uma segurança mulher que me perguntou se a criança, à minha frente, estava me incomodando. Surpreso, inquiri-a sobre a razão de seu questionamento. Ela explicitou: tinha ordens de não deixar “pedintes crianças” molestar a quem quer que fosse no Shopping. Não precisou explicar mais nada. Apontei para meu filho e lhe perguntei se ela o considerava um pedinte por ser negro’.
No Rio Grande do Sul a Instituição Evangélica de Novo Hamburgo (IENH), virou alvo de uma avalanche de críticas nos últimos dias após a divulgação de uma atividade feita com o terceiro ano do ensino médio chamada: ‘Se Nada Der Certo’.Na atividade, realizada no intervalo das aulas, os alunos se vestiram com roupas características de profissões como vendedores ambulantes, garçons, atendentes de redes de fast-food, vendedoras de lojas de cosméticos e faxineiros.
Os dois casos ganharam as páginas dos jornais no começo desse mês e se conectam. Não utilizarei estatísticas e gráficos de institutos reconhecidos que comprovam o quanto o Brasil, que se diz um povo ‘cordial’, carrega consigo, tristemente, a pecha de um povo preconceituoso e intolerante, essencialmente no umbigo de sua elite e classe média.
Basta-me a observação. O preconceito está a olhos vistos. No colégio particular onde a taxa de negros é quase zero, nas engrenagens sociais onde os ‘doutores estudados’ são mais reconhecidos que trabalhadores braçais, no comportamento de pessoas que por ter uma vantagem economia se acham mais valiosas.
A malfadada política vem prestando um grande serviço ao país. Através da sua podridão quase generalizada está permitindo derrubar a máscara da ‘persona’ Brasileira. O que faremos com isso realmente não sei. Talvez façamos como aquela moça evangélica do ‘facebook’ que apoia com unhas e dentes a avalanche de preconceitos do Bolsonaro, em nome de Deus! É o inferno de Dante a Brasileira.
‘Enfim, são esses os tempos, mas também este o país’. Concordo em gênero e grau EnioSqueff.