Presença de menores em festas regadas a bebidas e drogas preocupam pais e autoridades
Conselho Tutelar pede que a população colabore por meio de denúncias
Publicado em 5 de maio de 2017
O Conselho Tutelar tem recebido ultimamente diversas denúncias relatando a participação de menores em festas onde são oferecidas bebidas alcoólicas e drogas. Os eventos geralmente acontecem em chácaras nos bairros mais afastados e reúnem não só menores, mas também pessoas mais velhas. Sem citar números oficiais, o Conselho informou que as festas reúnem em média 150 pessoas. A última aconteceu no dia 28 de abril no Distrito Industrial.
Segundo a conselheira tutelar Maria Inês de Santana, as festas no estilo “open bar”, com bebidas alcoólicas à vontade e drogas são organizadas de forma sigilosa, como se fosse uma festa de aniversário. A divulgação é feita por meio das redes sociais, onde os “convidados” são discretamente marcados nos posts e o local só é divulgado horas antes do evento a fim de dificultar a ação do Conselho Tutelar e da Guarda Municipal, caso haja alguma denúncia.
De acordo com a conselheira Vanessa Aparecida Izidoro de Souza, em grande parte das denúncias os responsáveis pelos adolescentes disseram que os menores afirmaram ir à outros lugares e foram escondidos ao evento. “Em um dos casos o garoto que mora com o avô disse que ia visitar a mãe e na verdade foi à festa”, comenta.
Uma mãe que prefere não se identificar, conta que a filha de 13 anos disse que ia dormir na casa da prima. Informada pelo filho mais velho que a garota estaria no evento foi até o local buscá-la e se deparou com um local inapropriado para menores. “Era um lugar escuro, cheio de gente mais velha, homens aparentando ter mais de 30 anos, bêbados, fumando e um monte de adolescentes de 12,13 anos bebendo. Tirei minha filha dali imediatamente e acionei o Conselho Tutelar. Assim como eu não sabia que minha filha estava lá, tenho certeza de que muitos outros pais também não sabiam”, afirma.
Vanessa alerta sobre a importância de monitorar os filhos. “Os pais precisam conferir onde seus filhos estão a fim de protegê-los. O adolescente por mais responsável que seja ainda não tem discernimento para saber o que é bom para ele. É dever dos pais orientar e monitorar”, completa.
DENÚNCIAS
De acordo com Maria Inês, a única forma de combater o problema é através de denúncias com antecedência. “O Conselho tem trabalhado muito em parceria com a Guarda Municipal, a Polícia Militar e a Delegacia Civil, porém precisamos muito da colaboração da população em denunciar. Quanto antes for feita a denúncia e mais informações forem passadas para nós, mais fácil fica para tomarmos as providências cabíveis”, disse.
Quando uma denúncia é feita o Conselho depende da liberação de um mandado judicial que demora cerca de quatro horas para ser liberado, o que impede qualquer intervenção das autoridades imediatamente, por isso a importância de denunciar o mais rápido possível.
O mesmo acontece com a Guarda Municipal. O Coordenador de Segurança Célio Rodrigues, disse que quando as denúncias são feitas, a GCM se desloca ao local para averiguação, mas constatando ser uma festa de grande acumulo de pessoas é solicitado apoio à outros órgãos de segurança, bem como Conselho Tutelar para intervenção.
O Conselho Tutelar informou que as investigações para identificar os organizadores das festas seguem em andamento.
As denúncias podem ser feitas a qualquer hora pelo telefone do Conselho Tutelar 3456-1467 ou da Guarda Municipal 3456-3965 e não há necessidade de se identificar.