Semana Santa
Publicado em 26 de março de 2021
Falando da Cidade
Não, não quero chorar para escrever; motivos não faltariam. Não terei mais a Ivone Buck pedindo para fazer pequenos reparos; nem o Decinho me perguntando sobre como estão os internos do Lar; hoje peço uma licença para meus leitores para não falar da Cidade; o assunto seria uníssono, e tão batido que ficaria chato; vamos tirar talvez algumas semanas para falar de Bate-Pau; de coisas que ficaram na memória, e se continuar só na memória acabam-se perdidas.
Semana Santa
A população da cidade era quase em sua totalidade de origem católica, então a Semana Santa era muito mais comentada e respeitada suas doutrinas; e ficávamos esperando o que nossos professores iriam nos presentear pela páscoa, porque ovo de chocolate era só o que conseguíamos vender da rifa da dona Vera Pedroso.
Muitas Lendas
Sentávamos em baixo da árvore do seu Vilella e ele contava causos de pessoas que não guardavam a Semana Santa e o que acontecia; e nisto partia para causos de assombração, de ocorridos no cemitério, e nas colônias; e depois para dormir era aquela tortura com medo de apagar a luz do quarto.
Olho na Grana
O sábado de Aleluia era um dos dias mais esperados do ano pelos Moleques do Bate-Pau; pois era a chance conseguirmos uma “bolada” sem ter que passar a semana toda vendendo sorvete; nem ficar juntando ferro velho para vender para o Limongi.
Pau de Sebo
A missão era quase impossível; escalar um tronco de eucalipto de uns 8 metros que tinha um espantalho na ponta simbolizando Judas Iscariotes, e dentro de seus bolsos e chapéu estavam o dinheiro e os vales presentes que as lojas doavam para a malhação de Judas.
Bares Lotados
A malhação de Judas acontecia em terrenos próximos aos bares do Vanderlei, e do Mário Curadô onde hoje é Boxer ferramentas; e foi lá que eu fiquei mais próximo de me tornar celebridade do dia; consegui pôr a mão no pé do Judas, mas quando tentei usar o sapato para escalar o boneco, o sapatão se desprendeu da calça e comecei a descer.
Coca e Lanche
Mas com o sapato do Judas na mão, fui até o bar onde uma Coca-Cola e um lanche de presunto me aguardavam (já era algo fora do comum); enquanto degustava minha Coca gelada, via o amigo Gélo derrubando o Judas e o povo chutando suas indumentárias.
Resgatando História
Amigos Leitores, neste período tão crítico vou aproveitar e reviver histórias e causos de Iracemápolis, se você tiver alguma sugestão, curta a pagina @batepau – Falando da Cidade no facebook e colabore com sugestões e enredo.
Aquele Abraço
Para os amigos Tiquinho, Elisete e Marquinho da Stoccar Pneus que comemoraram oito anos de sucesso calçando os carros dos iracemapolitanos.
Positivo (+)
Como é bom ver que mesmo em tempos tão incertos as pessoas acreditam em nossa cidade; foi inaugurada a casa de carnes Bull onde foi a Loja do Picão (rua Pedro Ometto 545), e tem amigo Vamer preparando os cortes que ele faz desde o tempo que trabalhou no mercado Brazão, além de carnes nobres e tudo para o churrasco.
Túnel do Tempo
E como o assunto foi o judas, nada melhor do que apresentar para aqueles que não vivenciaram isto, como era o boneco que era malhado durante todo o dia por ter traído Jesus; neste retrato vemos o seu Jão Revortoso abraçando o segurando o judas que seria malhado no dia seguinte, tendo ao lado o Mirinho Cunha que tantos causos já me foram contados sobre ele.