Sobre o frio — e sobre a alta nos preços


Publicado em 30 de julho de 2021

Os meteorologistas vêm alertando sobre as seguidas massas de ar frio passando pelo Brasil, inclusive em nossa região. Um deles, Francisco de Assis, do Instituto Nacional de Meteorologia, afirmou em entrevista à Folha S. Paulo: “A massa de ar frio desta semana está associada à alta variabilidade climática e ao aquecimento global, que causam dois extremos. Por isso, da mesma forma que temos frio extremo aqui, temos forte calor no Hemisfério Norte”. No Canadá, por exemplo, o calor chegou a insuportáveis 49 graus.
Em nosso país, as temperaturas mais baixas são registradas no mês de julho. Com a virada do mês, é improvável que uma nova onda volte a acontecer. Para quem gosta do frio, é motivo para lamentar, pois logo ele vai embora. Para nosso bolso, porém, é uma boa! Isso porque o frio mais intenso ameaça plantações e pode aumentar o preço de diversos produtos.
A temperatura em queda livre, acompanhada de geada, pode causar estragos no campo e com isso encarecer a produção. Café, hortaliças e frutas integram a lista de mercadorias que podem ficar mais caras em caso de prejuízo nas plantações. Quando intenso, o frio aumenta o desafio dos produtores rurais em manter o nível de produtividade e culturas como milho, cana-de-açúcar, trigo, banana e mandioca são as mais prejudicadas. Esse efeito nos preços acaba chegando às prateleiras dos supermercados e o impacto tende a ser maior em produtos de ciclo curto, como hortifrúti. Sob esse prisma, em tempos de pandemia e com a crise financeira, é bom torcer para que o frio vá embora rápido.

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