Trocando de bolha


Publicado em 10 de outubro de 2021

Um jornalista chamado Kevin Roose, que escreve no The New York Times, um dos jornais mais influentes do mundo, publicou um texto afirmando que o Facebook está com dificuldades.

“Não dificuldades financeiras ou jurídicas, falo de uma espécie de declínio lento e constante que qualquer pessoa que já viu de perto uma companhia agonizante pode reconhecer.”

O jornalista explica que há uma nuvem de temor existencial sobre a organização, cujos melhores tempos já passaram. E cita documentos internos do Facebook, vazados, que revelam uma empresa preocupada em estar perdendo influência, com produtos não mais prosperando organicamente.

“A empresa se esforça em melhorar sua imagem tóxica e impedir que usuários abandonem o aplicativo em favor de outras alternativas, sobretudo os mais jovens.”

Para Roose, o problema do Facebook é que tem usuários demais, mas poucos do tipo que a empresa precisa — criadores inovadores de conteúdo, definidores de tendências, jovens cobiçados pelos anunciantes. Influenciadores reais estão abandonando a plataforma.

Os usuários mais jovens estão correndo para o Snapchat e o TikTok, e os mais velhos estão postando memes antivacina e discutindo política. Alguns pontos do Facebook deixam os usuários irritados ou intimidados.

Isso não significa que o Facebook não seja poderoso, mas sim que, cedo ou tarde, deixará de ser.

Se será bom ou ruim, cada um faz sua avaliação, mas o fato é que não deixaremos de viver em bolhas sociais e certamente outras serão criadas, afinal, pessoas buscam nas relações, sejam sociais, profissionais ou amorosas, a aprovação dos demais. A busca por curtidas será substituída por outra busca por aceitação, mas isso é assunto para outra oportunidade.

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