Verduras e sorrisos frescos

O relógio despertou cedinho naquele sábado. Na verdade era ainda madrugada, o sol nem tinha nascido. A família de pequenos agricultores rapidamente carregou o caminhãozinho com verduras frescas e #partiu feira! O mesmo aconteceu com a família dos doces, das pimentas, do artesanato, a família dos brinquedos e das roupas.

Depois de tantos anos parecia que a gente tinha voltado no tempo (e eu particularmente queria muito que o tempo realmente tivesse voltado) ao andar pela rua entre os aromas diversos e o colorido agradável da feira.

Com o passar do tempo e com as dificuldades da vida a gente acaba perdendo a alegria de muitas coisas. Fica tudo na correria, não dá tempo para nada, a gente nem tempo para conversar, imagina então comprar verduras frescas, artesanato perfeito e tantos produtos oferecidos. Assim foi o primeiro dia da volta da feira.

Os feirantes recebiam a todos com carinho e apresentavam ali o que havia de melhor. Tudo produzido, criado e feito com muito carinho.

Entre sacolas cheias, pessoas circulavam, se encontravam e paravam para conversar. Gente que a gente não via há muito tempo… Pouco a pouco os sorrisos foram aparecendo, sorrisos frescos como as verduras e frutas das bancadas. Rostos outrora enferrujados pelas agruras do dia a dia se iluminavam pelo afeto mútuo e a oportunidade de pôr o papo em dia, e ao final da feira o lucro foi de todos: de quem vendeu, de quem comprou e de quem sorriu.

Com carinho para D. Vanda Alves de Oliveira.