A vida e sua provisoriedade


Publicado em 16 de dezembro de 2016

A morte é algo que sempre nos assusta, porque é através dela que temos certeza da nossa finitude e impotência diante de tudo.

Em um dia estamos aqui, com contas a pagar, filhos para levar na escola, planos para o natal. No outro, o mundo gira e, de repente, tudo se resume a lembranças de um tempo que já não volta mais.

Talvez pareça um pouco trágico colocar os fatos dessa maneira, mas a verdade é que se tivéssemos noção do quanto não temos controle sobre absolutamente nada, e de como tudo pode mudar de uma hora para outra, fôssemos capazes de colocar nosso orgulho na bolsa e olhar o próximo com mais compaixão e generosidade.

Recentemente, um avião caiu e matou mais de 70 pessoas. Um acidente que levou o mundo a repensar a própria história, a esquecer as diferenças para se tornar apenas um coração, que chorava a morte de jogadores, repórteres, pilotos e comissários.

Mas, antes disso, devemos entender que ali estavam seres humanos, que deixaram para trás não só uma profissão, mas uma família, que carregará no peito uma saudade sem fim. Pais, amigos, esposas, maridos, filhos sentirão para sempre aquele espaço vazio nas fotos de final de ano, nos almoços de domingo, no telefone que agora já não toca mais.

Perder alguém para um acidente ou doença é, ouso dizer, uma das dores mais impactantes que alguém pode sentir. O tipo de experiência que tira o chão e te transforma. Os valores mudam. Os dias ganham um significado diferente

O luto é um processo. Dia após dia, você descobre um jeito de continuar vivendo apesar de. Você precisa ser forte, você sabe que precisa ser forte, porque outras pessoas ainda dependem da sua coragem e é isso que te faz se reerguer a cada vontade de desabar.

E você se levanta em nome daqueles que ficaram e também daquele que se foi, porque você sabe que mesmo que pareça impossível, a vida precisa continuar.

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