Além da rua

Na última sexta-feira e último domingo, centenas de milhares de pessoas foram às ruas em protesto. No primeiro, entidades relataram ir em defesa da Petrobras e em apoio à presidente Dilma Roussef. No domingo, o tom foi outro, quem foi às ruas pedia o fim da corrupção e, muitos, queriam o impeachment da presidente.

Cada qual com sua motivação, os protestos seguiram pacíficos. Na região, no domingo, Limeira levou nove mil pessoas às ruas da região central.

A ordem das organizações fazem lembrar que, apesar de todos os problemas, o Brasil segue sendo um país democrático em que há liberdade de expressão. No entanto, é preciso ressaltar que, apesar de sua valia, protestos sozinhos não irão mudar tudo. É preciso mais.

O brasileiro, para muitos, é um povo acomodado. As manifestações mostram que esse adjetivo não é tão real e que muitos estão se levantando para brigar pelo que acreditam. Mas a briga política, em busca de melhorias e de direitos, precisa ir além. É nas câmara de vereadores, prefeituras e associações que também se faz diferença.

É se informando das ações de seus candidatos, buscando informação e se colocando como cidadão de direito em todo tempo. Por exemplo, cidades inteiras vivem hoje com o risco da dengue que só aumenta. Um cidadão político consciente cobra seus representantes, mobiliza seus vizinhos, informa e busca mudança. Enquanto pede o impeachment ou enquanto defende sua presidente, o que pode ser feito por quem mora ao seu lado?

Veja, isso não é diminuir as ações ocorridas na sexta ou no domingo, mas esperar que mudanças ocorram todos os dias, com cada um fazendo seu papel ativo sempre, sem precisar de data marcada.